As mudanças realizadas pela nova diretoria do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criando um departamento para fortalecer a relação do banco com os governadores, em especial com o Consórcio do Nordeste, chegam junto com a desmobilização das privatizações, pauta cara ao PT e a Lula. É que o novo setor vai substituir o antigo Departamento Nacional de Originação e Relacionamento, que era responsável por prospectar e estruturar projetos de concessões e de privatizações.

De acordo com a entidade, assim, a ação não envolverá custos adicionais para o banco.

Também não acarretará nenhuma redução de pessoal no escritório de Recife.

Apoio à região Nordeste Nesta sexta-feira, a nova diretoria do BNDES informou ao Blog de Jamildo, nesta sexta (10), que criou um departamento para tratar especialmente de estratégias para o fomento do desenvolvimento social e territorial, fortalecendo a relação do banco com os governadores, em especial com o Consórcio do Nordeste, que foi tocado no ano passado pelo ex-governador Paulo Câmara.

Ele deve assumir o BNB, em breve. “Em 2019, uma resolução extinguiu a atividade de fomento, relacionamento e representação do banco na Região Nordeste.

Nosso entendimento é que o desenvolvimento regional e territorial deve voltar a ser componente estratégico nas ações do BNDES”, explica a diretoria Tereza Campello, ao blog de Jamildo.

Segundo a instituição, o Departamento de Estratégia Social e Territorial contará com uma gerência específica para tratar da região Nordeste, que funcionará no escritório do banco em Recife (PE).

O Nordeste foi o principal responsável pela vitória de Lula sobre o adversário Jair Bolsonaro (PL) nas Eleições 2022.

No segundo turno, Lula conquistou 69,34% dos votos válidos da região Nordeste.

Isso significa 22,5 milhões de votos contra 9,9 milhões do ex-presidente.

Essa diferença de 12 milhões da cotação nordestina fez a diferença na eleição do presidente.

Marco Maciel e FHC No passado, sob a coordenação do técnico Ajalmar Leite da Silva, nos anos de FHC e Marco Maciel, o BNDES contava com uma preocupação regional porque a instituição sabia que, sem planejamento e investimentos públicos relevantes, acima do PIB Regional, não havia como superar as desigualdades regionais.

Com o tempo, a articulação foi sendo colocada de lado, possivelmente pela indicação de gestores políticos com olhos apenas para o Sul e Sudeste, de maior poder econômico.

Com a chegada do governo Bolsonaro a representação do Nordeste foi extinta.