O projeto da ferrovia Transnordestina deve passar por uma nova reformulação, depois de ter sido alterado completamente, no governo Bolsonaro, pelas mãos do ministro Tarcísio de Freitas, hoje eleito governador do Estado de São Paulo. É que os novos governadores eleitos no Nordeste estão apresentando pleitos ao governo Lula, para uma marcha a ré, embora nenhum deles apresente a iniciativa nestes termos.
Três deles, incluindo a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, estiveram em Brasília nesta terça-feira para pedir a reformulação.
Ninguém fala em novos atrasos na obra.
Em um breve resumo, o governo Bolsonaro, não se sabe se apenas com intenção de prejudicar Pernambuco, aceitou um pedido do grupo privado que assumiu a concessão, com atuação no Ceará, para tirar do papel apenas o ramal da ferrovia para o porto de Pecém, no Ceará.
Só que a ferrovia tem duas pernas.
O ramal pernambucano, que traria cargas para o porto de Suape, seria deixado de lado, sem qualquer punição.
O governo Paulo Câmara, além de reagir politicamente, por meio da bancada pernambucana, deu a volta por cima atraindo um sócio-investidor privado, de Minas Gerais, com jazidas de minério em Eliseu Martins, que se habilitou para realizar os investimentos na estrada de ferro.
Antes do fim do governo, o porto de Suape concedeu uma área exclusiva para a instalação do projeto estruturador.
Pernambuco ouve promessa, mas está fora da pactuação “Há a preocupação de que o projeto por inteiro seja garantido, mesmo que ele seja inicialmente conduzido pela parte que já está pactuada (referência ao Ceará), mas temos o compromisso de atender Pernambuco”, prometeu o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
A chefe do Executivo pernambucano defendeu que a obra da Ferrovia Transnordestina “seja executada e concluída dentro do contrato de concessão (ou seja, que seja cumprida o ramal para Suape)”.
No encontro, a governadora pleiteou que o Ramal Suape-Salgueiro volte a integrar o projeto da ferrovia e que os investimentos a serem feitos contemplem todos os trechos envolvidos. “A Transnordestina é uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento econômico da região Nordeste.
Ela vai integrar o Nordeste aos quatro cantos do Brasil, potencializando a produção e a competitividade dos nossos portos.
Defendi essa tese na reunião do Consórcio Nordeste e levei a Transnordestina como projeto prioritário para Pernambuco no encontro que os governadores tiveram com o presidente Lula.
Hoje estou aqui em busca de viabilizar a obra no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e junto à concessionária”, disse a governadora.
Os governadores Rafael Fonteles (Piauí) e Elmano de Feitas (Ceará) também participaram da agenda.
Leia Também Terminal da Transnordestina em Suape vai gerar mais de 3 mil postos de trabalho Grupo privado detalha projeto da Transnordestina nesta segunda no Recife