Lucas Cepeda, gerente de Competitividade do Centro de Liderança Pública (CLP), e Pedro Trippi, coordenador de Inteligência Técnica do mesmo CLP, escrevem ao Blog de Jamildo sobre os desafios da nova gestão estadual em Pernambuco.
Na avaliação da ONG, a prioridade deve ser a manutenção de um plano que enfrente a questão fiscal, da segurança pública e da sustentabilidade social do estado. “Adotar medidas que façam o estado continuar crescendo deve ser prioridade do início de gestão da nova governadora, já que Pernambuco vem apresentando evolução ou mantendo-se estável em boas posições”, afirmam.
Leia Também Raquel Lyra volta a criticar situação das contas recebidas de Paulo Câmara Veja os termos do artigo especial e exclusivo abaixo Reforçar a segurança pública, aprimorar a solidez fiscal e investir na sustentabilidade social de Pernambuco serão os maiores desafios dos 100 primeiros dias de gestão da governadora eleita, Raquel Lyra.
Hoje Pernambuco ocupa, entre todas as Unidades da Federação, a 22ª, 20ª e 20ª colocações, respectivamente, nestas áreas específicas, aponta o Ranking de Competitividade dos Estados 2022, elaborado pelo CLP (Centro de Liderança Pública) em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.
No ranking geral, o estado está em 15º lugar e é o terceiro melhor da região Nordeste, atrás apenas de Paraíba (12º), Ceará (13º) e Alagoas (14º).
Baseado em 86 indicadores que compõem dez pilares, o Ranking é uma ferramenta da qual gestores públicos podem lançar mão para definir prioridades em seus Estados.
Pernambuco, particularmente, vem apresentando bons resultados em diferentes áreas, sobretudo em inovação e capital humano, na sétima posição em ambos os pilares.
No recorte específico de inovação, o estado é o terceiro melhor do país em solvência fiscal e o quinto em poupança líquida corrente, segundo dados do Tesouro Nacional, de acordo com o GEOCAPES (Sistema de Informações Georreferenciadas).
Já na área de capital humano, chama a atenção a performance positiva no indicador de custo de mão de obra, o sétimo melhor colocado entre os 27 governos subnacionais, de acordo com o IBGE.
Se por um lado o estado apresenta avanços importantes, na segurança pública, solidez fiscal e sustentabilidade social têm grande margem para melhora.
No que diz respeito ao efetivo da segurança pública, o estado é o segundo pior do país no déficit carcerário e o terceiro pior no indicador de mortes a esclarecer, de acordo com o DataSUS.
Em relação à sustentabilidade social, Pernambuco está na última colocação no indicador de inserção econômica e na penúltima posição em famílias abaixo da linha da pobreza, de acordo com dados do PNAD Contínua.
Por fim, a questão fiscal deve ser uma das principais prioridades da gestão eleita, sobretudo com o objetivo de evoluir a taxa de investimento e o índice de liquidez, as duas piores performances do estado no Ranking de Competitividade dos Estados.
A implementação de uma reforma Administrativa nas primeiras semanas de governo mostra que a governadora Raquel Lyra caminha para uma gestão com foco na responsabilidade fiscal.
Mais do que isso, ainda que os desafios sejam iminentes, é possível afirmar que o estado de Pernambuco tem perspectiva de melhora nos próximos anos.
De 2016 a 2022, o estado oscilou da 13ª para a 15ª colocação geral do Ranking de Competitividade dos Estados.
Adotar medidas que façam o estado continuar crescendo deve ser prioridade do início de gestão da nova governadora, já que Pernambuco vem apresentando evolução ou mantendo-se estável em boas posições.
Para isso, será necessário a capacidade de diálogo e de construção de consensos estratégicos, tendo como prioridade a manutenção de um plano que enfrente a questão fiscal, da segurança pública e da sustentabilidade social do estado.