Sondagem realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) junto a profissionais do setor aponta que 39,9% dos agentes ouvidos avaliam que a invasão às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro é condenável e não pode ser tolerada, mas ao mesmo tempo entendem que as pautas defendidas pelos invasores eram legítimas e não atentam contra a democracia (19,4% concordam totalmente e 20,5% concordam parcialmente).
O levantamento é coerente com resultados de pesquisas, com diferentes metodologias, que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública têm realizado desde 2020 e que indicam que, a despeito dos resultados globais dos estudos indicarem adesão majoritária dos profissionais da segurança pública à democracia, entre 15% e 40% dos respondentes podem ser considerados radicalizados ou potencialmente radicalizáveis, a depender das características da conjuntura política e institucional¹².
Em todos os levantamentos são os que não discordam ou relativizam um golpe de Estado. “A ideia da sondagem foi avaliar as opiniões de agentes das forças de segurança pública acerca dos atos do dia 8 de janeiro, às vésperas do final da intervenção decretada pelo Governo Federal, e mostrar o quão complexa é a agenda da segurança pública brasileira”, explicou Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Outro dado que chama a atenção refere-se às responsabilidades pelo que ocorreu no dia 8 de janeiro no Distrito Federal.
Mais da metade dos agentes policiais ouvidos pela escuta do FBSP considera que a conduta da PMDF foi correta, e que o problema foi exclusivamente de comando político. 26,6% concordam totalmente com essa afirmação, e 24,6% concordam parcialmente, num total de 51,2%.
Apesar disso, 58,8% concordam total ou parcialmente que a intervenção na Segurança Púbica do DF, que acaba no próximo dia 31/01, foi a solução menos traumática para a pacificação e solução da crise.
Outros 61,7% também avaliam que o Exército demorou para colaborar com a dissolução do acampamento dos invasores em Brasília.
A maior parte (75,7%) dos profissionais de segurança consultados avalia que houve falha no planejamento das forças de segurança na contenção às invasões.
Desse total, 53,7% concordam totalmente com a afirmação, e 21,9%, parcialmente.
A parcela daqueles que consideram que houve falha de comando apresenta números parecidos em comparação com o tópico anterior: 72,3% concordam com a afirmação – 49,6% totalmente e 22,8% parcialmente.
Já os números daqueles que enxergaram omissão do comando são menores: 41,2% concordam totalmente com a afirmação, e 16,4%, parcialmente.
Quanto à omissão no policiamento, 29,9% concordam totalmente que houve; 25,8% concordam parcialmente.
O levantamento se ateve também a uma questão mais específica: a conduta dos policiais designados para as linhas de contenção e proteção inicial dos prédios foi inadequada e sem o devido rigor para controle de distúrbios civis?
Uma parcela de 37,9% dos entrevistados concorda totalmente; 21% concordam parcialmente.
Houve baixa tolerância à conduta dos policiais que foram flagrados confraternizando com os invasores: 45,6% concordam totalmente que eles devem ser punidos após disporem de amplo direito de defesa; 16,5% concordam parcialmente.
Para Lima, “os dados revelam que os profissionais da área têm consciência dos impactos institucionais provocados pelos ataques do dia 08/01 e pelo processo de radicalização política das forças de segurança.
Porém, a sondagem sugere que os problemas são vistos por eles como meramente político ideológico e/ou de condutas individuais de alguns profissionais apenas.
Infelizmente, o problema é sobretudo institucional e, para a manutenção da ordem democrática, exige que segurança seja pensada como um direito social coletivo que precisa ser assegurado e ampliado” O levantamento ouviu policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, penais e guardas municipais entre os dias 24 e 27 de janeiro, às vésperas do fim da intervenção decretada pelo Governo Federal na segurança do DF. 75,7% dos profissionais ouvidos concordaram total ou parcialmente que houve falha de planejamento do policiamento da Praça dos Três Poderes no dia 08/01; enquanto 62,9% deles entendem que as forças de segurança pública estão contaminadas pelo discurso político partidário e que isso atrapalha suas atividades-fim 72,3% dos entrevistados apontaram que concordam que houve falha de comando, mas apenas 57,5% avaliam que houve omissão do comando das operações em relação à atuação das forças de segurança na contenção das invasões às sedes dos Três Poderes 61,7% dos entrevistados concordam total ou parcialmente que o Comando do Exército demorou para colaborar com a dissolução do acampamento em frente ao seu Quartel General; 51,2% afirmam que a conduta da PMDF foi correta, e o problema foi exclusivamente do comando político DEPUTADA PERNAMBUCANA será investigada pelo STF após ATOS GOLPISTAS