Sob a condição de anonimato, com reserva de fonte, tanto socialistas como petistas fizeram questão de fazer nos bastidores um registro histórico, em resposta as críticas feitas pela governadora Raquel Lyra ao modelo de OS na Saúde.
Oficialmente, os dois partidos não se posicionaram.
Leia Também Raquel Lyra associa crise na saúde do Estado a supostos desvios na gestão do PSB “As informações decorrentes da Operação evidenciam os reais motivos da saúde de Pernambuco encontrar-se na situação inadmissível que está, sendo esse momento oportuno e necessário para se fazer as apurações devidas da forma como o interesse público requer”, avaliou a gestão do PSDB. “Ao mesmo tempo em que mecanismos internos de combate à corrupção estão sendo criados, a exemplo da formalização da Secretaria Executiva de Transparência e Controle, a administração estadual trabalha para que o atendimento de saúde à população não seja prejudicado”, declarou, nesta terça-feira. “A governadora quer caça as bruxas nas OSs, não é?
As OSs (Organizações Sociais) na Saúde de Pernambuco adivinha com quem começou?”, questionaram os oposicionistas, nesta quarta. “A primeira OSs foi a da UPA de Olinda, inaugurada em 4 de janeiro de 2010, pelo governador Eduardo Campos.
O vice-governador era João Lyra, que também era secretário de Saude.
Nela, a fundação ligada ao IMIP é a gestora.
A mesma da operação de ontem.
Assim, o alvo da PF iniciou atuação na saúde do Estado quando João Lyra era secretário” Nesta quarta-feira, a governadora do Estado anunciou uma auditoria internas nos contratos que estariam sendo objeto de investigação federal.
Leia Também Justiça Federal determinou afastamento cautelar de gestores do IMIP A Secretaria da Controladoria-Geral do Estado (SCGE) informou que instaurou nesta quarta-feira (25), no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde (SES), auditoria para avaliar os controles internos relacionados aos contratos de gestão com as Organizações Sociais (OS’s) que atuam na área da saúde, especificamente a contratação alvo da Operação Clã, da Polícia Federal, deflagrada ontem.
O contrato que motivou a instauração da auditoria foi pactuado no governo passado entre a Fundação Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH) e a Secretaria Estadual de Saúde.
Seguindo determinação da governadora Raquel Lyra, a secretária da Controladoria-Geral do Estado, Érika Lacet, apresentou desde ontem à secretária de Saúde, Zilda Cavalcanti, o nome de três servidores que vão desenvolver o trabalho a partir dessa quarta-feira, também solicitando à SES a disponibilização de pessoal para apoiar as atividades.
O prazo previsto para a conclusão dos trabalhos é de aproximadamente 90 dias.
A governadora Raquel Lyra disse que a decisão de o governo instaurar auditoria para se avaliar o controle interno da gestão estadual a respeito dessas contratações ocorre para que a gestão tenha a clareza de que os recursos investidos estão em acordo com o interesse público e a qualidade dos serviços que a população merece. “Vamos fortalecer o controle interno para garantir que os recursos investidos na saúde sejam transformados em melhoria efetiva da qualidade do serviço.
No nosso governo, transparência e eficiência com os recursos públicos são prioridade”, registrou.
A secretária da Controladoria-Geral do Estado, Érika Lacet, disse ser fundamental que o controle interno aprofunde os mecanismos de auditoria em torno das contratações da Saúde na gestão anterior. “Já apresentamos a equipe, que nos trará respostas para acelerar as providências internas.
A equipe de auditoria vai verificar a regularidade na execução dos contratos de gestão firmados entre a Fundação e a Secretaria, além de analisar se os contratos firmados com terceiros pela Organização Social estão regulares. ”, afirmou.
A secretária informou que outro foco dos trabalhos será, caso confirmadas as irregularidades, estimar o impacto nos valores repassados pelo Estado, bem como apurar a responsabilidade dos envolvidos.