A partir de hoje as inserções do PSDB começam a ser exibidas nos principais meios de comunicação brasileiros.
Os vídeos mostram suas novas lideranças para o atual momento do País, com destaque para Eduardo Leite e Raquel Lyra.
O presidente Bruno Araújo publicou hoje portaria antecipando o fim do mandato da atual Executiva Nacional para a construção de uma nova composição, prevista para o dia dois de fevereiro, com a presidência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
O presidente aproveitou a ocasião para divulgar carta aberta a todos os filiados do partido, onde diz que segue firme buscando soluções e alternativas para o Brasil.
Confira aqui a carta de Bruno Araújo.
Prezados colegas de longa jornada É com imenso orgulho que me despeço neste momento da presidência do meu partido, do meu único partido, o PSDB.
Orgulho porque tenho a consciência da nossa importância para a história e o desenvolvimento do Brasil.
Orgulho porque sei que passarão décadas e décadas, e nossa marca, nossas conquistas evalores ficarão.
Tive sorte de sempre acompanhar a trajetória desse partido.
Aos 18 anos, já participava da equipe de transição do então governador eleito de Pernambuco, Joaquim Francisco, e na sequência fazendo parte do seu gabinete.
Com 27 anos, assumia a presidência da Assembleia Legislativa do meu estado.
Aos 39, assumia a liderança da nossa bancada na Câmara dos Deputados.
Fui Ministro das Cidades, reequilibrando as contas e retomando obras em mais de 4 mil municípios brasileiros, criando a nova lei de regularização fundiária, elevando pela primeira vez a identificação oficial do brasileiro ao celular - CNH Digital - e encaminhando ao Presidente da República a proposta que se transformou na primeira medida provisória a inaugurar no Congresso Nacional o tema do Marco Legal do Saneamento.
E assumi, aos 47 anos, a presidência do único partido pelo qual disputei todos os meus mandatos.
Atravessamos, sim, muitos momentos difíceis, isto é inegável.
Mas são dos percalços, dos altos e baixos da longa trajetória da vida pública.
Iremos superar todos.
O que ainda importa é que nossos pensamentos, nossas propostas históricas, estão aí, sendo discutidos pela sociedade, com vigor, com urgência.
O Brasil que clama por democracia sabe que nossos primeiros líderes estiveram na linha de frente da luta contra a ditadura no país.
Pagaram por isso antes de serem devidamente reconhecidos.
Nós pegamos suas bandeiras para entregar às novas gerações.
Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas, André Franco Montoro, José Richa - são gigantes que nos antecederam.
Precisamos, ao mesmo tempo, olhar para frente e nos espelhar neles.
O Brasil, que infelizmente ainda possui milhões de pessoas na miséria e não consegue superar de vez a desigualdade, tem consciência de que nós fomos responsáveis por importantes ações e programas que tornaram essa chaga muito menor.
O Brasil que viveu a inflação e o desequilíbrio das contas públicas guarda na memória que membros do nosso PSDB foram responsáveis pelo maior programa de estabilidade da nossa história, que derrubou a inflação e colocou milhões no mercado de consumo.
E toda vez que os governos que nos sucederam tentaram se afastar de nossa trilha, o resultado foi trágico.
Nós também modernizamos o Estado, as relações do Brasil com o mundo, a infraestrutura.
Em vários estados que governamos, revolucionamos.
Vejam os números de São Paulo, em desenvolvimento, na segurança pública, nas últimas três décadas.
Somos talvez o único partido do Brasil que combina preocupação social com responsabilidade econômica e liberdade de comportamento das pessoas.
Ao mesmo tempo, sem dogmas!
Meu orgulho é ainda maior quando sabemos que a liderança do partido será entregue a novas e promissoras lideranças, que estão representadas na figura do jovem e brilhante governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Boa sorte, Eduardo!
Que Deus o ilumine!
Terá ao seu lado governadores também jovens e com um longo futuro na vida política nacional: Raquel Lyra, a primeira governadora eleita da história do meu estado, Pernambuco, e Eduardo Riedel, do próspero e promissor Mato Grosso do Sul.
Teremos uma bancada coesa e aguerrida tanto na Câmara quanto no Senado.
Um partido organizado, com as finanças estruturadas, sem débitos e com capacidade para planejar e executar os próximos passos.
Temos deputados estaduais, prefeitos e vereadores em todo o Brasil.
Os segmentos das mulheres, da diversidade, do Tucanafro.
Sem falar dos nossos militantes, tão engajados, com tanta garra.
Há momentos em que é impossível não olhar para o passado.
Foram tantas batalhas que nós, tucanos, travamos nessas três décadas.
As reformas que tornaram nossa economia mais moderna, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a criação dos primeiros programas efetivos de transferência de renda, o impeachment que nos livrou do colapso econômico e político.
A oposição responsável e construtiva nos anos do PT, que eleitoralmente teve um custo para nossos líderes.
Fizemos também parte do anteparo democrático que evitou abusos autoritários do último governo.
A cada avanço indevido, nós nos manifestamos e agimos: alto lá! É preciso também lembrar que num governo tão turbulento, como o último, os maiores avanços ocorridos se devem a integrantes do PSDB: a reforma da Previdência e o Marco do Saneamento, sempre relatados por parlamentares tucanos.
Não tenho nenhuma dúvida de que muitos avanços sociais, econômicos e institucionais que o Brasil tem e manteve se devem ao PSDB.
Precisamos ser altivos para defender nosso legado a todo momento!
O necessário processo de prévias partidárias foi turbulento, admito.
Mas mostrou a imensa atenção que o PSDB recebe da sociedade brasileira.
Pagamos o preço da ousadia, do pioneirismo, foi uma aposta na democracia.
As divergências entre nós têm sido inúmeras, desde a fundação, em 1988. É o preço de sermos de um partido onde nunca houve um chefe, mas de iguais que debatem e lutam por cada ponto, cada vírgula, talvez até demais.
Precisamos também aprender com nossos erros.
O momento agora é de novos desafios.
Temos nomes, temos entregas, temos conquistas que nos colocam novamente na disputa pela presidência da República.
Podemos sim sonhar alto Temos o enorme desafio de ser uma oposição que nunca pode ser confundida com todos aqueles que desprezam a ordem democrática.
Temos o desafio ainda maior de buscar de volta milhões de eleitores que já foram nossos, que tinham orgulho de votar 45.
Buscar o equilíbrio num país que flertou com os extremos.
Conquistar pela razão, mas também pelo afeto e pela emoção.
Pela esperança.
Conseguiremos?
Sim, eu acredito nisso.
Pelo simples motivo de que entre nós estão as pessoas, as ações e as ideias necessárias para que o País supere de vez tantas crises simultâneas que nos atingem há tanto tempo. É hora de, mais uma vez, arregaçar as mangas.
E, como sempre, contem comigo!
Bruno Araújo