As entidades médicas de Pernambuco, de público, manifestaram solidariedade ao povo Yanomami pela tragédia humanitária vivida e amplamente divulgada pelos meios de comunicação.

Leia Também YANOMAMI: Governo BOLSONARO disse para ONU que Yanomamis estavam sendo atendidos YANOMAMI: LULA exonera coordenadores de saúde indígena após tragédia “Entendemos ser essa uma situação de extrema emergência.

São, principalmente, crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada, malária, infecção respiratória entre outras condições com extremo risco de ocorrência de mais mortes”, afirmam. “Desde já, como instituições que prezam pela defesa constitucional da saúde, pelo direito à vida e da dignidade da pessoa humana, colocam-se à disposição das autoridades públicas para colaborar com as medidas que venham a ser adotadas no enfrentamento desta grave crise de desassistência sanitária e nutricional do povo Yanomami”.

Se o programa Mais Médicos tivesse continuidade, haveria médicos para cuidar de mais gente no Brasil? - Randolfe Rodrigues/Divulgação Nacionalmente, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, SBMFC, em consonância com seu Grupo de Trabalho de Saúde Indígena, manifestou solidariedade ao povo Yanomami, vítima de severa desassistência sanitária e do descaso político-social com os povos originários no período 2019-2022.

Frente à gravidade e urgência da situação, a SBMFC anuncia um Chamado Nacional às Médicas e Médicos de Família e Comunidade para que venham a somar seus trabalhos na Força Nacional do SUS.

A SBMFC torna público igualmente seu irrestrito apoio ao Ministério da Saúde, que decretou emergência pública no Distrito Especial Indígena Yanomani, e às medidas de socorro sanitário e de assistência anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apenas em 2022, 99 crianças, de um a quatro anos, morreram como consequência das mazelas do garimpo ilegal.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, ao menos 570 foram a óbito nos quatro anos recentes por contaminação por mercúrio, contaminação e fome.

O Distrito Especial Indígena Yanomani, cuja população soma cerca de 30 mil, padece ainda com incontáveis casos de desnutrição e síndrome respiratória.

Outro indicador gravíssimo: no ano passado, registrou 11.530 casos de malária, sendo as faixas mais afetadas a de maiores de 50, seguida pelas de 18 a 49, além do grupo de 5 a 11 anos.

Por fim, frisa ser essencial o planejamento de ações de curto, médio e longo prazos, sempre respeitando as especificidades da referida população, para possibilitar que o cuidado integral em saúde ocorra de forma longitudinal e garantindo aspectos fundamentais à adequada intervenção da Medicina de Família e Comunidade inserida em equipes multiprofissionais da Estratégia de Saúde da Família.