A publicação Transporte Rodoviário – Os Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras, lançada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta terça-feira (17), traz a série histórica dos pontos críticos identificados na Pesquisa CNT de Rodovias de 2012 a 2021.

Segundo o estudo, em 2022, foram registrados 2.610 pontos críticos nas rodovias brasileiras – problemas na infraestrutura que interferem na fluidez dos veículos, oferecendo riscos à segurança dos usuários, aumentando, de forma significativa, a possibilidade de acidentes e gerando custos adicionais ao transporte.

Estudo mostra situação crítica das estradas em Perrnambuco - CNT Esse quantitativo é 50% maior do que o identificado em 2021 (1.739 ocorrências).

São problemas graves, que se multiplicam a cada ano e se concentram, majoritariamente, em rodovias sob gestão pública.

De acordo com a CNT, a série histórica apresentada nas publicações evidencia o panorama da degradação da malha rodoviária brasileira: em 2012, o usuário encontrava, em média, um ponto crítico a cada 372,4 quilômetros percorridos; em 2022, passou a se deparar com uma ocorrência a cada 44 quilômetros.

Ainda em 2022, Minas Gerais foi a Unidade da Federação que se destacou quanto a quedas de barreira (123) e erosões na pista (182).

Já o Pará teve o maior registro de buracos grandes (291).

Em geral, as rodovias estaduais públicas destacaram-se negativamente quanto à densidade de pontos críticos.

Em 2021, por exemplo, se sobressaíram as rodovias CE-183, PA-447 e MA-303, com, respectivamente, 4,83, 4,29 e 3,23 pontos críticos a cada 10 quilômetros pesquisados – sendo todos esses casos trechos com ocorrências de buracos grandes.

Apesar dos investimentos realizados desde 2011, passivo de estradas ruins ainda é grande - GUGA MATOS/JC IMAGEM Segundo o estudo, para a resolução dos pontos críticos identificados em 2021, foi estimada a necessidade de investimento de R$ 1,81 bilhão.

A maior parte precisaria ser destinada às intervenções em segmentos com buracos grandes.

Como os problemas perduraram e novas ocorrências surgiram, em 2022 o montante aumentou para R$ 5,24 bilhões, o que representa cerca de 28% de todo o recurso destinado ao então Ministério da Infraestrutura – previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2023. “Gerir e monitorar as rodovias, o que vai além da conservação da infraestrutura, traz reflexos positivos para a sociedade, pois o investimento na prevenção e/ou na correção imediata de um problema, em geral, é menor do que os custos gerados por ele para a sociedade.

Nesse sentido, a Confederação defende que sejam empreendidos maiores esforços na priorização dos investimentos na resolução dos pontos críticos, diante de seus significativos impactos na fluidez do trânsito e na segurança dos usuários”.