A série “Diretas Já” que a TV Cultura começa a exibir no sábado, 14 de janeiro, às 22h30, relembra, em detalhes, o primeiro comício com esse tema.
A manifestação aconteceu na cidade de Abreu e Lima, em Pernambuco, no dia 31 de março de 1983.
Alguns organizadores, à época, vereadores e militantes do PMDB foram entrevistados pelo jornalista Paulo Markun, diretor da série, que esteve na praça onde aconteceu o protesto.
Markun ouviu Armando Gonçalves Ferreira, agricultor, Euridice Alves de Brito, educadora aposentada, Josenildo Pereira de Oliveira, comerciante, Reginaldo Pereira da Silva, Severino Farias da Silva e Severino Sigismundo de Souza, professor.
Todos tinham grande orgulho de terem sido, ainda que não propositadamente, os pioneiros do movimento que iria empolgar o Brasil.
Em seis episódios de 52 minutos, a série “Diretas Já” compõe um amplo painel da luta pela democracia no Brasil, desde o golpe de 1964 até a posse de José Sarney, em 1985, antes de rememorar e contextualizar um dos momentos mais importantes da história recente.
A partir de 136 depoimentos exclusivos de personalidades, lideranças e cidadãos e de uma vasta coleção de imagens atuais e de época, o jornalista Paulo Markun revisita a mobilização dos brasileiros que saíram às ruas de Norte a Sul em busca da democracia e desvenda os bastidores da cena política daquele momento e dos anos de chumbo que a antecederam.
Markun participou da campanha, como jornalista e militante e iniciou o projeto em 1987. “Naquela época, a primeira eleição direta para presidente já estava marcada.
Na Unicamp, coordenei o curso Brasil: Memória Política, um conjunto de eventos presenciais e, que sete protagonista percorreram parte da história política recente - Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (o capitão Sergio Macaco do caso Para-Sar), Fernando Gabeira, Luiz Inácio Lula da Silva, Mario Covas, Leonel Brizola, Almino Affonso e Fernando Henrique Cardoso”, diz. “Em 2014, retomei o projeto, que resultou num site, em dois livros agraciados com o prêmio Jabuti e agora na série de documentários que, numa TV pública e aberta como a Cultura, torna ainda mais democrático o acesso a esse acervo importante.
Para isso, tive o apoio do Instituto de Cultura Democrática, da Uninove e da produtora Imagemix, da jornalista Teresa Cristina Miranda (que também viveu aquela onda democrática)”.
A série, cujo roteiro é assinado por Eneas Carlos, hoje vice-presidente da TV Cultura, a série ficou pronta em 2018, mas entraves burocráticos retardaram sua estreia, que acontece agora.