Sem alarde, o prefeito João Campos (PSB) pretende resolver uma das mais antigas pendências da cidade, a passarela do Pina.

A Prefeitura do Recife abriu licitação para consertar o equipamento.

Segundo a licitação, serão inestidos R$2.208.415,68 (dois milhões, duzentos e oito mil, quatrocentos e quinze reais e sessenta e oito centavos) nos serviços.

A abertura das propostas já foi marcada para 19 de janeiro.

EQUIPAMENTO SEMPRE TEVE PROBLEMAS Segundo matéria do Jornal do Commercio, publicada em dezembro de 2020, a passarela sempre teve muitos problemas, desde a inauguração em 2008. “Aqui é dinheiro jogado no lixo.” A frase foi escrita em forma de protesto em uma das torres da passarela do Pina, na Zona Sul do Recife, porta de entrada para uma das áreas mais nobres da capital pernambucana.

Inaugurada em 2008 pelo então prefeito do Recife João Paulo, a construção é símbolo de descaso e desperdício de dinheiro público.

Mas ela não é a única.

Outras estruturas semelhantes, que deveriam priorizar o pedestre, estão sem manutenção.

Sem opção, quem precisa passar pelos locais se aventura em meio aos veículos, o que, muitas vezes, acaba resultando em acidentes.

Com 59 metros de extensão e 3,5 metros de largura, a passarela do Pina, localizada na Avenida Herculano Bandeira, foi a primeira a contar com dois elevadores e quatro escadas rolantes.

A construção, que levou oito meses para sair do papel, faz parte das ações do projeto Via Mangue e custou aos cofres públicos R$ 3,81 milhões.

Mas quem vê as imagens da inauguração, há pouco mais de dez anos, não reconhece a estrutura que existe hoje no local.

Das escadas rolantes, não restam nem mesmo os degraus.

O espaço vazio virou depósito de lixo, assim como o vão do elevador, que deixou de funcionar.

As estruturas estão pichadas, quebradas e enferrujadas.

Desativada há cerca de três anos, a passarela virou abrigo para moradores de rua e ponto de consumo de drogas, o que também aumenta a insegurança.

O motorista Claudeilton Lopes, 49 anos, passa pelo local de madrugada, quando larga do trabalho, e relata momentos de medo. “Me sinto muito inseguro.

Com o abandono, só fica aqui quem vem para consumir droga, principalmente à noite.

A prefeitura precisa colocar pelo menos vigilantes.” A reportagem encontrou Cladeilton e outros pedestres tendo que correr para conseguir atravessar a Herculano Bandeira. “O sinal fecha, mas os carros saem de outras ruas, então a gente precisa atravessar com pressa.

Não tem segurança”, desabafa.

O comerciante Sidney Oliveira, 29, que tem uma barraca ao lado da passarela, já perdeu as esperanças. “Essa situação já foi denunciada várias vezes, mas nunca se faz nada.

Nós queremos a retirada da passarela.

Infelizmente, o poder público só vai fazer alguma coisa quando acontecer algum acidente.” Morador do Pina, ele lamenta que o equipamento não tenha sido bem cuidado. “Isso é coisa de primeiro mundo.

Outros bairros nobres da cidade, como Casa Forte, Espinheiro, não tem uma coisa dessas.

A gente teve e, infelizmente, não soube cuidar.

A prefeitura também não fez a parte dela, aí a situação é essa agora”, lamenta.