Mais uma entidade do setor de portos protestou, junto ao porto de Suape, contra a pretendida atração de um navio porta aviões que estava indo ser reciclado no exterior e acabou vindo parar em Ipojuca, por vontade da Marinha.

Após objeção do governo do Estado, a Justiça Federal mandou suspender a operação.

Veja abaixo a Carta nº 73/2022/ABTP, de Brasília/DF, em 14 de novembro de 2022, assinada por Jesualdo Silva, Diretor-Presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários - ABTP.

NAVIO FANTASMA: após pedido de indenização de empresa, SINDOPE e SINDAÇÚCAR escrevem sobre o assunto Empresa do ’navio fantasma’ pede indenização contra Governo de Pernambuco Ao Ilmo SenhorDr.

Francisco MartinsDiretor PresidenteComplexo Industrial Portuário de SUAPE Recife / PE Assunto: Pretendida atracação do casco do ex-Navio Aeródromo – São Paulo – no Porto de SUAPE A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) manifesta sua preocupação face à possibilidade de atracação do ex Porta Aviões São Paulo no Porto de Suape, Pernambuco.

Sabe-se que o casco tem como origem o Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro, onde ficou atracado por anos até ser leiloado.

No entanto, impedido de atracar na Turquia, levantou-se sem justificativa mais aprofundada a possibilidade de que venha antes a atracar no Porto de Suape, mesmo tendo, no seu regresso, chegado à costa do Espírito Santo.

A ABTP chama a atenção para os significativos problemas de uso da infraestrutura pública no Porto de Suape que poderiam ser acarretados pela entrada da embarcação.

O Porto possui cinco berços de atracação com possibilidade de uso, dos quais dois estão comprometidos para uso do Terminal de Contêineres, dois tem equipamentos instalados que seriam destruídos pelo casco.

O Porta Aviões possui aproximadamente 270 metros de comprimento de casco, razão pela qual ocuparia por completo o único berço capaz de comportar essa estrutura por onde se está exportando parte da safra de açúcar, e mesmo assim impossibilitado o uso de soldas pela proximidade do terminal de granéis líquidos.

A experiências dos portos brasileiros com abandono durante anos de embarcações mostram a importância da restrição a esse comboio.

Receia-se, portanto, que toda a cadeia de prestadores de serviços logísticos possa vir a ser afetada por conta da utilização sem prazo definido do berço pelo Porta Aviões.

Observa-se com preocupação os potencialmente severos prejuízos aos terminais em operação no Porto, bem como ao meio ambiente, aos trabalhadores portuários, importadores, exportadores e consumidores finais da carga.

Assim, dada a importância do Porto de Suape para a vitalidade econômica do Estado de Pernambuco e para toda a rede logística nacional, a ABTP considera prudente que alternativas logísticas como o Arsenal da Marinha sejam disponibilizadas para que o Porta Aviões possa seguir seu curso devido até o destino final sem a necessidade de atracar em Suape.