A Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop) encaminhou ofício à administração do Porto de Suape posicionando-se contra a autorização da atracação forçada do rebocador que leva o casco do porta-aviões São Paulo destinado a sucateamento.

NAVIO FANTASMA: após pedido de indenização de empresa, SINDOPE e SINDAÇÚCAR escrevem sobre o assunto Empresa do ’navio fantasma’ pede indenização contra Governo de Pernambuco No documento, a entidade argumenta que considera inviável “utilizar berços de atracações operacionais para atracação de embarcações sem envolvimento operacional”.

Segundo o vice-presidente da Fenop e diretor da empresa de operação portuárias Agemar que atua em Pernambuco, Manoel Ferreira, a atracação acarretará inevitavelmente um colapso nas operações portuárias de Suape uma vez que o porto ficará com sua capacidade operacional extremamente limitada. “Suape dispõe de apenas cinco berços de atração comerciais, sendo dois deles destinados ao Terminal de Contêineres.

Esse casco, ocuparia mais dois, ou seja, sobraria um único berço para todas as demais operações do porto”, alerta. “Isso causará um grande congestionamento nas operações portuárias com reflexos negativos que se multiplicariam por toda uma cadeia de prestadores de serviços como operadores portuários, trabalhadores, exportadores, importadores e demais elos da cadeia econômica do Estado”, disse Ferreira.

Roberto Almeida, presidente do Sindicato dos Operadores Portuários de Pernambuco (Sindope), que também enviou ofício contrário a atracação, lembra que Suape já opera no limite da sua capacidade operacional. “É comum os navios terem de aguardar a desocupação dos berços para poderem atracar.

Se houver uma redução na capacidade de receber navios o caos será instalado”, argumenta Almeida. “A perspectiva é ainda mais grave devido ao fato de que a ocupação poderá se prolongar por tempo indefinido uma vez que envolve um imbróglio internacional sem previsão de solução a curto prazo”.

O Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Avulso Portuário – OGMO também manifestou o descontentamento com a possibilidade de atracação da sucata no Porto de Suape.

Em ofício encaminhado à administração do porto, a entidade revelou preocupação com os riscos à saúde dos trabalhadores portuários avulsos gerados pelo amianto presente na embarcação.