O pernambucano Manoel Fernandes, Diretor BITES, escreve ao Blog de Jamildo sobre o presidente eleito Lula, que precisará reconsiderar o seu modelo de comunicação a partir de janeiro de 2023.
Veja os termos abaixo Mesmo diante da vitória deste domingo com o apoio de grandes influenciadores digitais, como Felipe Neto, o PT e Lula não têm um ecossistema de comunicação digital tão orgânico como precisa para enfrentar o bolsonarismo nos próximos quatro anos.
Ele terá pela frente uma oposição digital forte, estruturada e com amplo domínio do uso das redes sociais.
Desde a sua primeira vitória, em 2002, quando apenas 9,1% da população brasileira tinha acesso à Internet contra os atuais 81%, Lula nunca teve diante da sua administração um grupo como o bolsonarismo digital.
O atual presidente da República irá concluir o seu mandato com mais de 56 milhões de seguidores no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube.
Numa lista de 20 líderes mundiais, Bolsonaro é o quatro com maior densidade digital atrás do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi (143 milhões), do presidente da Indonésia, Joko Widodo (82 milhões) e do presidente Joe Biden (66 milhões).
Na Câmara dos Deputados, Lula também enfrentará uma barreira digital que representa 40% da audiência de seguidores dos deputados federais eleitos este ano.
Não há mais espaço para a política de natureza analógica.
Ansiedade e estresse após a eleição Em entrevista ontem ao jornal Folha de S.
Paulo (https://bityli.com/BXdwPFauh), o psicólogo americano Steven Stosny, criador do termo transtorno de estresse eleitoral (election stress disorder) afirmou que a ansiedade e estresse com a política devem aumentar no Brasil após a eleição.
Os dados analisados nos últimos dois anos pelo Sistema Analítico BITES, considerando o universo digital, indicam a mesma direção.
No Google, por exemplo, o interesse por buscas relacionadas à ansiedade está hoje no seu maior patamar desde 2004. É o mesmo padrão do que ocorre no mundo.
Por aqui, essas consultas no Google acontecem com maior intensidade nos estados mais pobres do País, como Sergipe, Piauí, Maranhão, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Essas buscas giram em torno de palavras-chave como crise de ansiedade, remédio para ansiedade e sintomas de ansiedade.
Em outubro de 2014, o volume de consultas no Google apenas para a expressão ansiedade chegava a 61 mil por mês.
Hoje são 323 mil.
A variação foi de 430%.
No mesmo intervalo, a base de brasileiros com acesso à Internet cresceu 59% para os atuais 160 milhões.
No total, combinando o resultado 300 mil palavras-chaves usadas pelos brasileiros para pesquisar sobre ansiedade, há 4,7 milhões de buscas mensais no Google.
Nos Estados Unidos são 14 milhões, no Reino Unido ocorrem 5,2 milhões, na Índia há 1,9 milhão e 400 mil na França.
Esse quadro da ansiedade nos brasileiros, que mais se expressa nas buscas no Google, e é exponenciado por comentários, compartilhamentos e curtidas em conteúdos nas redes sociais deve estar no radar do próximo governo.
LULA ELEITO: relembre TRAJETÓRIA do novo PRESIDENTE do BRASIL