Possivelmente por estar atrás nas pesquisas, depois do fim do primeiro turno, Marília Arraes (Solidariedade) foi muito incisiva, muito mais pistola do que Raquel Lyra (PSDB) nesta quinta-feira (20).

Nos embates, Marília Arraes achava um jeito de inserir críticas à adversária, buscando colar nela o nome de Paulo Câmara (PSB) e Jair Bolsonaro (PL).

Também disse que a adversária não conhecia Brasília, o que poderia ser um problema para atrair recursos.

Raquel Lyra e Marília Arraes participaram de debate na Rádio Jornal nesta quinta (20) - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM “Raquel ajudou a eleger Paulo Câmara”, frisou, em dado momento.

Paulo Câmara foi citado 27 vezes em menos de duas horas.

Nas frases de efeito, criou o termo “Raquelândia” para combater os feitos que a tucana mostra como trunfos, em sua cidade natal.

Também chamou a ex-prefeita de “Raquel do tapuru”, em referência a episódio de 2019 em uma creche local.

Raquel permaneceu impassiva.

Numa marcação cerrada, pegou no pé da adversária por usar o termo olhar para os invisíveis, insinuando que só agora se interessaria pelos mais pobres.

Diante de uma carga de críticas, a candidata tucana não saiu do prumo, do equilíbrio, suportando as provocações de forma estoica. “Marília aposta no ódio.

Não sou seu primo (João Campos)… não vou entrar no seu jogo”.

ELEIÇÕES 2022, SEGUNDO TURNO.

DEBATE DA RÁDIO JORNAL NO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES EM PERNAMBUCO ENTRE AS CANDIDADATAS AO GOVERNO DO ESTADO: RAQUEL LYRA E MARÍLIA ARRAES.

NA FOTO: RAQUEL LYRA - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM Nas suas intervenções, Raquel Lyra tentou ao tempo todo vincular Marília Arraes a um projeto de continuidade, aproveitando o fato de o PSB ter subido em seu palanque, no segundo turno, depois da derrota de Danilo Cabral.

Marília diz que não conhece Pualo Câmara e que nunca falou cinco minutos com ele seguer.

Lembrando a estratégia de Danilo Cabral no primeiro turno, Raquel Lyra buscou também desconstruir Marília Arraes, insinuando que era incompetente no Legislativo. “Eleição é comparação.

Marília é despreparada”, atacou.

Raquel, no mesmo pugilato, ironizou o programa de Marilia mais uma vez. “Era apenas 12 páginas, copiaram algumas de nossas propostas e agora são 80 páginas”, afirmou.

No ataque, ela disse ainda que a adversária não destinou R$ 1 real para os morros do Recife e prometeu construir o maior programa de habitação do Estado.

Ao falar de habitação, Marília deu um jeito de chamar Lula para o debate ao afirmar que não haveria como fazer nada só. “Você não conhece Brasília.

Temos que ter parceria com Lula”.

ELEIÇÕES 2022, SEGUNDO TURNO.

DEBATE DA RÁDIO JORNAL NO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES EM PERNAMBUCO ENTRE AS CANDIDADATAS AO GOVERNO DO ESTADO: RAQUEL LYRA E MARÍLIA ARRAES.

NA FOTO: MARÍLIA ARRAES - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM Ao falar de desenvolvimento regional, Marília Arraes fez um aceno para a cidade mais bolsonarista do Estado, no Agreste.

Santa Cruz do Capibaribe.

Ela prometeu mais água e menos impostos. “Empresarios não podem ser tratados como bandidos”, afirmou, em referência à sonegação e ambiente de negócios.

Curiosamente, quando disputava contra Mendonça Filho o governo do Estado em 2006, Eduardo Campos adotava discurso radicalmente oposto.

Ele reclamava que não podia ser uma zona franca, lívre de impostos, colocando a Secretaria da Fazenda de então contra a parede e obrigando o ex-governador a adotar medidas contra base eleitoral no Agreste.

DEBATE RÁDIO JORNAL:ASSISTA o debate com MARÍLIA ARRAES E RAQUEL LYRA