Por Jair Pereira, em artigo enviado ao blog Nem todos têm a compreensão quando são convocados para escrever a história.

Estamos vivendo um novo tempo de lutas, com armas novas, armas não tradicionais.

São armas modernas de dominação, de controle das mentes, através de instrumentos tecnológicos poderosos de comunicação, com o propósito de confundir o povo e desviá-lo das suas verdadeiras e legítimas aspirações.

O chamado “voto tanto faz” tá nessa dimensão.

A neutralidade, nas condições de uma batalha brutal entre oprimidos e opressores, sempre desequilibra para o lado e a favor de quem oprime.

Fato.

E seus defensores usam jogos de palavras, exploram emoções humanas, aprimoram narrativas, distorcem, manipulam e se utilizam de inúmeros mecanismos de persuasão para provocar o sentimento da dúvida nas pessoas de bem.

Apresentam-se até com um discurso e uma prática de progressistas, mas, que no fundo, não correspondem aos interesses da população que mais precisa.

Muitos deles, pela força da repetição, por exemplo, ainda insistem em afirmar que o golpe militar de 1964 foi uma “revolução”.

Mistificam o que é justo, correto e real para subtrair aliados para o seu território.

O PSDB de Raquel Lyra, ao contrário do que a candidata a governadora tenta passar como verdade, não é diferente do Cidadania de sua vice, Priscila Krause; do deputado federal Daniel Coelho, das correntes dos candidatos majoritários derrotados Anderson Ferreira, Gilson Machado, Miguel Coelho e de tantos outros, todos bolsonaristas.

A neutralidade que Raquel anunciou e afirmou ter entre Lula e Bolsonaro é tão honesta quanto a promessa do escorpião ao sapo para a travessia do rio, na fábula do escritor grego Esopo.

Ou, a propósito da luta ideológica entre direita e esquerda, “O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções” dissera Karl Marx.

Essa armadilha de forças bem intencionadas foi a mesma que fez muitos caírem em 2018 e que produziu, meses depois, o desmonte do Estado, as privatizações sem limites, a extinção de direitos trabalhistas, a leniência de quase 700 mil mortos pela Covid-19, a volta do Brasil ao mapa da fome, o Orçamento Secreto e as ameaças às instituições democráticas, dentre outras mazelas, conduzidas nos últimos quatro anos por um governo sustentado por todas essas mesmas forças políticas poderosas e inimigas das camadas populares.

A capacidade delas de alienar é tão profunda que já cooptou setores militantes e parcelas do eleitorado progressista para o seu palanque, atraídos com o seu canto de sereia sofisticado.

Nas eleições de 1992, depois de uma derrota acachapante que ele sofreu, fiz Eduardo Campos compreender que a dor de uma derrota, talvez, ensinasse mais do que as glórias de uma vitória. É preciso que tenhamos consciência de que esta luta que empreendemos, neste instante, pelo Brasil e por Pernambuco, é uma luta que exige muita compreensão do momento e dos tempos difíceis.

Que é preciso muita determinação e fé nas ideias que defendemos.

Não à toa, muitos já desistiram, desanimaram e pularam de lado.

São escolhas de vida.

Um ressentido guarda semelhanças com um meio-covarde.

E este sempre valerá por um covarde inteiro.

Mas os verdadeiros patriotas, os pernambucanos que historicamente se mobilizaram ajudando a construir a unidade do povo no curso de décadas, não perderão a firmeza de combater essas elites atrasadas, que mais uma vez, e de novo, com o apoio de inocentes úteis, se reagruparam para resistir às mudanças e aos avanços para a construção de um País soberano e de um Pernambuco com um futuro de mais justiça social, com Lula presidente e Marília governadora.

Eduardo Campos, jovem, ao lado do assessor Jair Pereira - Arquivo pessoal Jornalista, ex-secretário de Imprensa de Miguel Arraes e ex-assessor de Imprensa de Eduardo Campos