Nesta reta final de campanha, o candidato da Frente Popular, Danilo Cabral, começou a semana batendo em Marília Arraes e, também, em Miguel Coelho, do União Brasil.

Marília Arraes mantém a liderança nas pesquisas.

Miguel Coelho destacou-se na mais recente pesquisa do Ipec por ter crescido fora da margem de erro, como o próprio Danilo, estabelecendo um empate entre quatro candidatos, considerando ainda Raquel Lyra e Anderson Ferreira.

No que toca ao adversário de Petrolina, a campanha de Danilo divulgou que protocolou um pedido junto ao Ministério Público Eleitoral para que Miguel Coelho seja investigado por supostamente se beneficiar financeiramente de possível abuso de poder político e tráfico de influência cometidos pelo pai, o senador Fernando Bezerra Coelho.

Resumidamente, o PSB cita uma suposta prática de ilícito envolvendo articulação que teria resultado em favorecimento indevido da candidatura de Miguel Coelho e seus irmãos em montante de R$ 600 mil.

Também poderá ser investigado o fazendeiro Emival Ramos Caiado, autor desta doação. “Documentos revelam que Fernando Bezerra Coelho praticou abuso de poder político e de autoridade com a utilização recursos materiais e humanos visando a obtenção ilegal de dinheiro em benefício das campanhas de Miguel e seus irmãos - Antônio Coelho e Fernando Filho”.

A ação foi registrada no Ministério Público Eleitoral nesta segunda-feira (26), ao lado de uma representação na PF solicitando a abertura de inquérito policial para averiguação dos mesmos fatos. “A investigação alcança, afora Miguel Coelho, outros dois filhos do senador - Antônio Coelho e Fernando Filho -, também candidatos…

A investigação poderá levar, inclusive, à cassação do registro da candidatura de Miguel, além de ele não poder ser candidato pelos próximos oito anos”.

A denúncia foi reiterada pelo candidato no debate da TV Guararapes, ocorrido na noite desta segunda-feira.

Doações do irmão de Caiado A ação cita matéria do dia 22 de setembro no jornal Folha de São Paulo, sob o título “Senador tenta tirar ruralista da lista suja e filhos levam doação eleitoral”, e que no dia 13 de julho deste ano o senador Fernando Bezerra Coelho teria enviado um ofício e atuado junto ao Ministério Público do Trabalho solicitando a retirada do nome de Emival Ramos Caiado Filho do Cadastro de Empregadores prevista no artigo 2º, caput, da portaria interministerial MTPS/MMIRDH nº 4, mais conhecido como “Lista Suja do trabalho escravo”. “…o Sr.

Emival passou a ser simplesmente o maior doador – pessoa física – dos três filhos do senador que intercedeu em seu favor perante o Ministério do Trabalho.

Mais curioso ainda é que o Sr.

Emival aparentemente nunca residiu em Pernambuco e mora no Estado de Goiás”.

O PSB diz que a queixa baseia-se em artigos da Lei das Eleições, que fala em igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais. “…em um país assolado pela pobreza, a doação de quantias tão vultuosas em favor de candidatos, coincidentemente após a atuação desarrazoada de um parlamentar em favor do doador, merece ser apurada com maiores detalhes por esta Justiça Especializada, sem prejuízo de notícia crime e/ou ação de investigação judicial”, afirma a ação levada ao Ministério Público Eleitoral.

Marília e prefeito do interior No que toca à Marília Arraes, o PSB divulgou que levou à Justiça Eleitoral na segunda-feira (26) uma ação de investigação que pede a cassação da candidata do Solidariedade e do candidato a vice-governador, Sebastião Oliveira (Avante).

Na avaliação do PSB, fatos indicariam suposto beneficiamento por prática de abuso de poder político de aliados. “A ação é baseada em denúncia de abuso do poder político em favor de Marília praticado por prefeito do interior do estado.

Além de Marília e de Sebastião, na lista de pessoas a serem investigadas estão ainda o prefeito de Tacaratu (Sertão do São Francisco), Washington Ângelo, e a secretária de Educação, Margarete Freire Rodrigues”. “A ação usa como referência a conduta de Margarete Freire Rodrigues em 12 de julho de 2022 e do ato promovido pelo prefeito e apoiador de Marília, Washington Ângelo, para os servidores da prefeitura, conforme anunciaram em redes oficiais tanto ele quanto a própria candidata Marília Arraes e blogs noticiosos.

Em papel oficial e com timbre do Poder Executivo municipal, ela convocou funcionários contratados para se engajarem em evento político em favor de Marília às 15h, horário de expediente, do dia 14 de julho”. “O abuso de poder político é condenável por afetar a legitimidade e normalidade dos pleitos e, também, por violar o princípio da isonomia entre os concorrentes, amplamente assegurado na Constituição da República”, disse o advogado Lêucio Lemos.

Quem assina a ação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é a Frente Popular. “A ação juntou vídeos no evento liderado pelo prefeito para promover Marília, e que atestam o desvirtuamento da finalidade última da Administração Pública e a utilização da máquina estatal em proveito próprio e fins eleitorais.

A transcrição do discurso de Washington Ângelo também sustenta a ação: “Queria também agradecer a todos meus secretários que compareceram, enfim a todos que estão aqui, contratados, funcionários”, disse o prefeito à ocasião.

Outro lado O blog não endossa nenhuma das críticas de adversários na campanha e sempre coloca-se aberto ao contraditório, caso haja interesse de resposta