No trabalho quase diário de tentar desconstruir a adversária Marília Arraes, evitando uma vitória no primeiro turno dela e roubando-lhes votos, o candidato da Frente Popular, Danilo Cabral, apostou agora na questão das armas, tão caras ao presidente Bolsonaro desde o início do governo.
Nesta quinta-feira, até a candidata a vice, Luciana Santos, foi escalada para bater na ex-petista, que sugeriu um palanque duplo para dividir o nome de Lula, no Estado.
A campanha de Danilo diz que o mapa das votações no Congresso Nacional, em Brasília, revela que, enquanto deputada federal, a candidata ao governo pelo Solidariedade esteve “alinhada muitas vezes à base política bolsonarista”. “As ausências de Marília em decisões sobre matérias importantes para a vida das pessoas, em certas ocasiões mesmo estando em Plenário no dia da votação, se assemelha às posturas do candidato ao Senado, André de Paula (PSD), e do candidato a vice-governador, Sebastião Oliveira (Avante).
Também consolidam uma imagem de ausente dela, pelas recusas a participações em debates televisivos com os demais concorrentes”, afirmou.
De acordo com o PSB, entre as ausências da candidata do Solidariedade na Câmara, consta a votação do PL do porte de armas (principal bandeira bolsonarista), a votação do Contrato Verde Amarelo (que os adversários afirmam precarizar as relações de trabalho) e a votação do projeto de fura-filas de vacinas. “A frequente ausência de Marília nessas votações fundamentais para a vida das pessoas é muito conveniente para ela.
Serve para evitar o julgamento da opinião pública e tentar enganar o eleitor com uma imagem falsa”, afirmou Danilo Cabral. “Política se faz com tomada de posições.
Política se faz com coragem”, enfatizou Danilo.
Ainda de acordo com o PSB, na votação do Projeto de Lei 3.723/2019, que estabelecia regras sobre o uso de armas por caçadores, colecionadores e atiradores, os chamados CACs, Marília registrou presença naquela sessão, mas não votou.
O texto do PL definiu os procedimentos para o registro das armas e para a obtenção do certificado de capacidade técnica dos atiradores. “Os companheiros de chapa da candidata também adotaram postura favorável ao governo Bolsonaro.
André votou “sim” ao PL das armas; Sebastião Oliveira se ausentou da sessão, portanto não votou.
Esse projeto foi uma das maiores bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro; acabou aprovada na Câmara.
Eu, como deputado federal, Danilo Cabral, estava presente e votei “não” ao Projeto de Lei das armas”, compara.
Direitos trabalhistas “Quando teve oportunidades de contestar a tentativa de retirada de direitos trabalhistas, Marília marcou presença na sessão e outra vez se ausentou na votação da Medida provisória nº 905/2019, relativa ao Contrato Verde e Amarelo, programa do governo federal e de Bolsonaro sobre o qual se discutia o incentivo à precarização das condições de trabalho dos brasileiros”, critica Danilo Cabral.
O partido Solidariedade, atual sigla de Marília, liberou a bancada para o voto dessa MP. “A maioria seguiu uma postura governista e a tendência de votar majoritariamente em defesa dos patrões, virando as costas para os trabalhadores.
André de Paula votou “sim”, assim como Sebastião Oliveira votou “sim”, apoiando o projeto do Contrato Verde e Amarelo.
Eu, Danilo, estive presente na sessão que analisou esta MP nº 905 e votei “não” ao Contrato Verde e Amarelo.
A MP foi aprovada pelos deputados, mas o Senado barrou.
Depois, teve seus efeitos sustados pela Medida provisória nº 955 de 2020, publicada por Bolsonaro em 20 de abril de 2020”.
Fila das vacinas e recursos para saúde “A candidata do Solidariedade se absteve (neste caso, Marília estava na sessão, segundo o registro, e teclou a opção da “abstenção”) sobre o Projeto de Lei nº 948/2021, que autorizava empresas privadas a comprarem vacina contra a Covid-19 para imunizarem funcionários”, registra, em outro ponto.
A principal mudança prevista pelo texto era a retirada da exigência, prevista em lei, de que as empresas só poderiam começar a vacinação própria após a imunização dos grupos prioritários pelo SUS. “Na prática, significaria permitir que essas empresas furassem a fila da vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Danilo votou “não”, disse. “Em conduta que parece ser costumeira em pautas decisivas ou polêmicas, a então deputada e agora candidata ao governo Marília estava na sessão de 17 de dezembro de 2019 e voltou a se ausentar na votação do primeiro turno da PEC 391/ 2017, que ampliava o volume de recursos repassados às cidades via Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
André de Paula, idem; ele estava presente na sessão, mas não votou.
A proposta determinava que o aumento fosse escalonado pelos quatro anos seguintes, a partir de 2020 - saindo de 0,25% e chegando a 1% em 2025”.