Sem alarde, a Assembleia Legislativa de Pernambuco está contratando, sem licitação, uma empresa para “prestação de serviços de motoristas para atender às necessidades” do órgão.

Ou seja, para atender aos deputados estaduais e alguns servidores de alto escalão do Poder Legislativo.

A contratação por dispensa emergencial foi ratificada, em 1° de setembro, pelo presidente da Assembleia, Eriberto Medeiros (PSB), e pelo primeiro-secretário, Clodoaldo Magalhães (PV).

O contrato está sendo realizado “com fundamento no parecer da Procuradoria Geral, da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, que opina pela juridicidade da contratação através do Art. 24, Inciso IV, da Lei 8.666/93 e alterações”.

Em fevereiro de 2022, os atuais motoristas terceirizados dos deputados protestaram contra suposto atraso de salários.

Como o Blog revelou à época, circularam áudios dos profissionais reclamando sobre atraso nos salários.

Em dezembro de 2021, parlamentares de Pernambuco foram constrangidos ao terem carros fornecidos pela Assembleia confiscados pelas autoridades policiais, por suposta falta de pagamento do financiamento dos carros com os bancos.

A Assembleia assinou um termo aditivo milionário com uma empresa para o transporte de deputados, mas a empresa noticiou divergências sobre o empenho e pagamento de recursos no contrato.

Nem a Assembleia, nem a empresa, até hoje, esclareceram o que realmente ocorreu no episódio da apreensão dos carros dos deputados.

Teve deputada que teve o carro apreendido pela PRF na BR e ficou literalmente “na pista”.

A Assembleia Legislativa é atualmente composta por 49 deputados estaduais.

A grande maioria dos parlamentares atuais se candidatou para a reeleição.

O orçamento atual da Assembleia, antes desse novo reforço, já chegava a mais de R$ 600 milhões em 2022.

Recentemente, o líder do governador, deputado Isaltino Nascimento (PSB), fez uma proposta de reduzir a margem de despesas de pessoal do Tribunal de Contas do Estadoi (TCE) e aumentar a margem da Assembleia.

Após os auditores e conselheiros do TCE reclamarem, em duras notas oficiais, Isaltino retirou a proposta.

Os órgãos ficaram de negociar posteriormente, nos bastidores.

Paulo Câmara é auditor concursado do TCE e recebe sua remuneração pelo órgão público.