Nesta quinta-feira, acostumado a lacrar, Bolsonaro acabou pegando ar com um cabo da reserva e influencer, em Brasília, que o chamou de ’tchuchuca’ do Centrão, em uma gravação de celular ao vivo.

O episódio é simbólico pela coragem do militar em desafiar o presidente, que por mais de uma vez apresentou-se como dono das Forças Armadas.

Normalmente, o presidente usa o espaço controlado do cercadinho para falar em um ambiente controlado.

No dicionário, trata-se de uma gíria do funk usada para se referir a uma garota.

Tchutchuca é um adjetivo dado a uma menina, para chamá-la de “bonita” ou “gata”, uma forma de dizer que ela é atraente. É utilizada no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, onde ficou conhecida através do funk carioca, no início dos anos 2000.

A expressão surgiu inicialmente com a banda “Bonde do tigrão”, grupo de cantores de funk carioca que disseminou o termo através da música “Tchutchuca”.

Na política, o termo ’tchuchuca’ tem o poder de tirar do sério às autoridades e um breve esforço de memória traz à memória uma passagem do ministro da Economia, Paulo Guedes.

O stress foi causado pelo deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu.

Em um debate no Congresso Nacional, na presença do ministro, convidado o ministro para estar ali, Zeca disse que ele era ’tchuchuca’ com os banqueiros e leão com os mais pobres, necessitados.

Bolsonaro e Paulo Guedes podem ter ficados mais irritados porque ambos são do Rio de Janeiro, onde o funk impera.

Já Centrão é o apelido pejorativo dos partidos de centro e centro-direita que estão sempre aboletados no poder, qualquer que seja a orientação política.

São conhecidos pela busca desenfreada da troca de votos por influencia política, como indicações de cargos na máquina pública.

No governo Bolsonaro, para não serem fiscalizados, criaram o orçamento secreto, com indicações de verbas milionárias para deputado federais fiéis ao governo.

Entenda o que são ’tchuchuca’ e Centrão, e por que isso tirou Bolsonaro do sério Empresários apoiadores de Bolsonaro recebem notificação da justiça por causa de grupo no whatsApp; entenda Antes de se eleger, Bolsonaro tinha como hábito afirmar que a “mamata iria acabar”.

Virou meme e histórica na campanha de Bolsonaro uma participação do general aposentado cantando uma versão em que rimava Centrão e a frase “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão” Provocações tem o poder de chatear os poderosos.

No Recife, o PT com João Paulo acabou virando uma eleição contra Roberto Magalhães, depois que ele caiu em provocações e respondeu com uma banana, em plena avenida Boa Viagem.