A 15ª rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra que o maior crescimento das intenções de voto em Bolsonaro ocorreu entre os evangélicos.
Nesse grupo, o presidente subiu 17 pontos percentuais desde março e teria hoje 52% dos votos, contra 28% de Lula.
Entre os católicos, a vantagem é de Lula, com 52%, contra 27% de Bolsonaro.
Lula vai fechar as igrejas?
Não por acaso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta terça (16), durante encontro com trabalhadores em São Bernardo do Campo (SP), a sua defesa da liberdade religiosa.
Lula lembrou a lei sancionada por ele, em 2003, que deu garantias de funcionamento e segurança às igrejas.
O instrumento jurídico proibiu o Estado de tomar qualquer decisão que impeça o funcionamento das entidades religiosas.
Quase 20 anos depois, entretanto, a campanha de Jair Bolsonaro está tentando abordar a religião no discurso político, acusando falsamente que Lula irá fechar igrejas.
Votos e renda familiar O ex-presidente mantém seu melhor desempenho entre os que ganham até dois salários mínimos, faixa em que tem o apoio de 55% dos eleitores, enquanto Bolsonaro tem 27%.
Recorte por região O presidente leva vantagem entre os eleitores com renda superior a cinco salários mínimos, com 41% das intenções de voto contra 33% de Lula.
Por região, Lula mantém vantagem folgada no Nordeste (61% a 21% de Bolsonaro).
O presidente lidera na região Sul, com 46%.
Nas demais regiões os dois candidatos estão empatados.
Hoje, 65% dos eleitores dizem que seu voto é definitivo, contra 33% que admitem a possibilidade de mudança.
Ajuda do Auxílio Brasil A pesquisa também mostra que o pagamento da primeira parcela do Auxílio Brasil, no último dia 9, não teve impacto relevante na intenção de voto no presidente, nem na avaliação de seu governo.
Se a eleição fosse hoje, o ex-presidente Lula teria 45% dos votos no primeiro turno, contra 33% do presidente Jair Bolsonaro, mantendo a diferença de 12 pontos percentuais registrada na pesquisa anterior.
Ciro Gomes, do PDT, teria 6% dos votos e Simone Tebet, do MDB, 3%.
Os demais candidatos não pontuaram, enquanto 6% votariam em branco, nulo ou não compareceriam às urnas.
Outros 6% continuam indecisos.
Segundo turno No segundo turno, Lula venceria com 51% dos votos, contra 38% de Bolsonaro.
Pela primeira vez, o intervalo entre as duas sondagens, ambas feitas de forma presencial, foi de duas semanas.
A pesquisa quis saber se o pequeno impacto do Auxílio Brasil e da redução do preço dos combustíveis nas intenções de voto pode ser atribuído a um desconhecimento sobre a autoria das medidas, e constatou que não: 58% dos eleitores sabem que o autor é Bolsonaro.
Em contrapartida, 62% consideram que os ajustes no benefício e no Vale-Gás têm como objetivo principal ajudar a eleição de Bolsonaro, enquanto 33% acreditam que são medidas destinadas a ajudar as pessoas.
Michelle, a chance de Bolsonaro com os evangélicos Já divulgado pelo Blog de Jamildo, Michelle Bolsonaro pode ser a carta na manga que o governo terá para ganhar mais apoio dos evangélicos no meio digital.
Segundo o Blog, nos últimos 30 dias a primeira-dama conquistou 160 mil novos seguidores em sua conta no Instagram.
Esse número é maior que a soma de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) em seus perfis no Twitter, Youtube, Facebook e Instagram.
Michelle só perde para o marido em engajamento no Instagram, mas vence Lula e fica consolidada ao lado de Ciro e Tebet.
Detalhes da pesquisa A pesquisa Genial/Quaest, registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 01167/2022, ouviu 2.000 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 11 e 14 de agosto, em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 estados.
Desde julho de 2021, a Genial/Quaest realiza pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais. É a mais longa série de sondagens feita presencialmente no país.