Depois que a Justiça do Estado suspendeu leilão de áreas do Estaleiro Atlântico Sul, a pedido do Tecon Suape, sem alarde, internamente, a gestão Paulo Câmara acredita que o EAS deveria se posicionar publicamente sobre a polêmica.
A direção da empresa não deu um pio, até aqui.
A única empresa habilitada, a APM Terminals, controlada pela Maersk, falou de seus planos para Suape em um artigo exclusivo para o blog, intitulado ‘Suape é um gigante adormecido’, na véspera do leilão adiado do Estaleiro Atlântico Sul.
O leilão foi suspenso a pedido do Tecon Suape, controlado pelos filipinos, em uma tentativa de barrar a compra de áreas pela empresa APM Terminals, subsidiária controlada pela Maersk, uma das maiores empresas de navegação do mundo.
Hoje o Tecon Suape opera um terminal público em Suape.
Se comprar a área, a Maersk planeja instalar um terminal privativo, concorrendo com os filipinos. “Não houve proposta firme de nenhum grupo, além da Maersk, que ofereceu cerca de R$ 300 milhões por um cais interno (oeste). É uma área lateral, não prejudica as operações do estaleiro.
Em uma recuperação judicial, não se pode apenas mandar uma carta para a juíza ou um agente judicial”, afirma uma fonte do blog, em referência ao fundo americano North Tabor Capital. “Já a proposta da Maersk é real, seguiu regras legais e credenciou-se no processo.
Não se pode simplesmente colocar um novo operador e continuar (seria trocar seis por meia dúzia, mantendo a situação de monopólio atual).
Tem que haver competição”, diz o Estado.
Na avaliação do governo, o Tecon Suape, com o embargo, trabalhou para ganhar tempo, protelar a venda. “Se eles tivessem o interesse de fato, batalhavam para entrar na homologação e participar do leilão.
Mas eles perderam o prazo e agora colocam dúvida na Justiça (TJPE cassou decisão da juíza de Ipojuca que cuidava do caso), perdendo uma oportunidade”, afirma uma fonte do blog.
O governo do Estado diz, internamente, que a questão é extremamente importante porque, se não receber recursos na recuperação judicial, ele pode parar as operações de uma vez por todas, quando deveria estar sendo revocacionado. “O débito com os credores cresce todo dia” Conforme revelou o blog de Jamildo, embora não tenha passado recibo publicamente, o governo do Estado ficou preoculpado com o adiamento do leilão de áreas internas do Estaleiro Atlântico Sul, que havia sido programado inicialmente para quinta-feira passada. “O governo não vai ficar parado.
A empresa (Maersk), vencendo o leilão, vem resolver um grande problema de Pernambuco, que é a competividade do porto.
Hoje, sem concorrência, temos o porto com as tarifas mais caras da América Latina.
Além disto, uma empresa internacional deste porte pode ajudar a Suape a ser um HUB (porto concentrador de cargas)” “A gente não vai ter nunca mais esta oportunidade” O governo do Estado comenta, nos bastidores, que acha estranha a posição dos fundos americanos, que jamais procurou o governo, Agência de Desenvolvimento ou mesmo Suape. “A decisão final sobre as áreas do estaleiro passam pelo governo, que assinou contrato cedendo as áreas para o EAS.
Para modificar o objetivo, tem que modificar os contratos e isto não se faz sem o aval do governo.
Assim, grupos que não estejam habilitados no processo não podem se juntar para dizer que querem comprar a área toda.
Mais parece que o objetivo é retardar a venda, para colher a desistência (da Maersk)”.
Decisão final nas mãos do Estado “(estes grupos) … estão impedidos.
Para comprar tudo, teria que ter participado do processo.
Sem contar que há outros acordos em outras áreas do imóvel.
Também não se pode falar em privilégio (para a Maersk) quando um grupo trabalha há mais de seis meses, chegou a um bom termo para apresentar uma proposta firme.
Se a Justiça for iludida, corre-se o risco de continuar com um único operador portuário aqui (no Porto de Suape)”, afirma uma fonte do blog, referindo-se ao direito de preferência. “A regra não foi estabelecida ontem.
Nem é nova.
Nem é um leilão, porque não tem preços mínimos a serem estabelecidos.
O direito de preferência existe e é importante para assegurar o direito de quem participou do processo de recuperação judicial e afastar aventureiros, com condições ou não de cobrir a oferta… portanto, não é fácil uma negociação deste tamanho e depois dar marcha-ré”