A Justiça de Ipojuca, atendendo a um plano de recuperação judicial elaborado pelos credores do Estaleiro Atlântico Sul, marcou o leilão do cais interno do empreendimento para o dia 21 d e junho próximo.

O leilão segue aberto e recebendo propostas milionárias.

Chegada da Maersk em Suape pode gerar empregos, mas também impõe riscos para futuro da economia Conforme revelou o blog de Jamildo, na sexta-feira, com exclusividade, a dinamarquesa Maersk, uma das maiores empresas de navegação do mundo, planeja arrematar um cais interno do estaleiro Atlântico Sul no porto de Suape.

A empresa privada está em processo de recuperação judicial desde 2020 e precisa vender ativos para pagar credores.

Por meio de uma subsidiária da Holanda, chamada APM Treminals, operadora de terminais de conteineres, a multinacional oferece R$ 895 milhões pelo Cais Sul, na área interna do porto de Suape.

A Justiça informa que o estaleiro já concordou com a proposta comercial.

O resultado final do edital de alienação será dado por decisão da 1ª Vara Cível da Comarca de Ipojuca.

Reprodução de área do Atlântico Sul posta à venda em leilão judicial - Blog Imagem Preço e Forma de Pagamento O valor mínimo para aquisição da UPI Pré-Constituída B integral é R$ 895.000.000,00 (oitocentos e noventa e cinco milhões); UPI- B Cais Sul é R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais); e UPI-B Central é R$ 595.000.000,00 (quinhentos e noventa cinco milhões), “Preço Mínimo”, a ser pago integralmente à vista, em dinheiro, em moeda corrente nacional, em recursos disponíveis, livres e desembaraçados de quaisquer ônus, mediante depósito em conta bancária a ser indicada pela Recuperanda, concomitantemente com o fechamento da aquisição da UPI Pré- Constituída B, UPI-B Cais Sul ou UPI-B Central nos termos do Contrato de Compra e Venda.

Firma internacional APM Terminals já se habilitou para a compra do Cais Sul, do estaleiro - Reprodução Filipinos também na parada Os filipinos do Tecon Suape, que operam um terminal público no porto organizado, atrelado controle de regras da União, devem se habilitar no leilão de áreas do Estaleiro Atlântico Sul, realizado pela Justiça de Ipojuca, dentro d plano de recuperação judicial da empresa.

A possibilidade de participação dos filipino, concorrendo com a proposta da dinamarquesa Maersk, já era aventada desde a semana passada, nos bastidores empresariais de Pernambuco.

Nesta terça-feira, o presidente de Suape, Roberto Gusmão, confirmou a disputa.

O leilão está em aberto, e outros grupos internacionais podem participar. “O Tecon Suape está se habilitando e vai ser ruim (para Pernambuco) se eles participarem. (Se vencerem) será trocar seis por meia dúzia (abre mão do terminal público para ter um terminal privativo).

Se eles tiverem sucesso, vão ter que escolher um ou outro, vão ter que abandonar o terminal público e seremos obrigados a realizar uma nova licitação para o Tecon Suape”, explicou Roberto Gusmão, ao blog.

Os filipinos são um grupo de operadores portuários.

Já a Maersk são armadores, donos de navios.

Depois da pandemia, os donos de navios vem promovendo um processo de verticalização, que une nas operações os navios e terminais e armazéns próprios. É dentro desta lógica que a Maersk ofereceu cerca de R$ 900 milhões pelas áreas internas de cais do Estaleiro Atlântico sul, localizadas fora do porto organizado, ou seja, longe das amarras impostas pela Antaq, federal.

O Estaleiro Atlântico Sul é controlado pela Queiroz Galvão e Camargo Correa.

Com a venda de ativos, as empreiteiras buscam pagar dívidas com o BNDES, maior credor do antigo projeto de indústria naval.

No ano passado, o grupo de credores, com o aval da Justiça, tentou vender as áreas em bloco, mas não aparecera interessados.

Agora se tenta vender em partes.

As duas áreas laterais receberam a proposta da Maersk, mas a área central continuará à disposição dos controladores, mantendo a atividade de reparos de navios.

Roberto Gusmão dirige os destinos de Suape - Suape/divulgação Terminal mais caro do Brasil Roberto Gusmão lembra que, em 2019, o Estado e o Tecon Suape entraram com um pedido na Antaq para rever o contrato e estabelecer o equilíbrio na operação. “Por conta do contrato de concessão, depois de 20 anos, as tarifas dobraram de valor.

Hoje, se paga três vezes o que se paga em Santos, por exemplo.

Só que Suape foi à Antaq e disse que queria ganhar no volume de movimentação e não com custo fixo (estabelecido pela regra do edital de concessão, no governo Jarbas).

A Antaq não aceitou”, diz. “A Antaq em Abril do ano passado negou o provimento do reequilíbrio, mas após recurso feito reviu a aceitou a proposta, concordando em reequilibrar o contrato por mais investimentos no terminal.

A decisão final cabe a Secretaria Nacional de Portos, que representa o governo federal e dentro do porto organizado de Suape é o poder concedente” “Todo mundo sabe do potencial de crescimento de Suape, mas, nas condições atuais (para um porto organizado) não vai parecer interessados, como de fato não houve êxito na licitação para o segundo Tecon.

Legalmente, já poderia ter sido concedido, haveria um outro terminal público.

Assim, a movimentação de 500 mil TEUs não é o fator limitante.

Eles até já chegaram a 518 mil TEUs”, esclarece.