Tadeu Alencar, Deputado Federal, em nota enviada ao Blog, critica a passagem de Bolsonaro pelo Recife, nesta segunda-feira.
Veja os termos abaixo A passagem de Bolsonaro por Pernambuco foi um resumo de sua atuação nesses três anos e cinco meses de gestão: uso político de uma calamidade, duas horas de expediente, tentativa de fustigar adversários e campanha política antecipada.
Quem esperava que ele, ao trazer cinco ministros ao Estado, fosse dar respostas concretas e apoio efetivo à população perdeu tempo.
O Presidente da República, que se notabilizou em ignorar a dor das pessoas na pandemia e em momentos de sofrimento, usa a sua visita a Pernambuco, no meio de uma tragédia, apenas como palanque para si e para seus aliados.
Há tempo deixou de governar e pensa apenas nas próximas eleições, que, por isso mesmo, lhe serão desfavoráveis.
O que foi anunciado já está previsto em casos de desastres de grandes proporções, como liberação de FGTS e acesso aos recursos do Sistema Nacional de Defesa Civil.
Nada sobre a destruição da política habitacional do Minha casa, Minha Vida, nem sobre o dinheiro travado na Caixa Econômica para financiar moradia Brasil afora, que seriam medidas importantes para mitigar o sofrimento de quem perdeu as suas casas.
Ademais, não comunicou a sua visita ao governador, que estaria disponível para uma reunião de trabalho com o Presidente ou sua equipe, mas não para uma cena, sem efeitos práticos.
Sequer dignou-se a dar um telefonema de solidariedade.
Depois, de helicóptero, acenou para as pessoas atingidas pelas chuvas e partiu de volta para Brasília.
Diferentemente do presidente, o governador Paulo Câmara coordenou, pessoalmente, toda a mobilização para o atendimento emergencial à população.
Articulou imediatamente o apoio das Forças Armadas e dos bombeiros de outros estados, liberando R$ 100 milhões para ações emergenciais, além do permanente contato com os prefeitos de todas as cidades atingidas, oferecendo ajuda e atendendo às necessidades mais urgentes.
A falta de compromisso do presidente com a população que vive em áreas de risco é verificada também no Recife.
Apesar de possuir um convênio, via Orçamento Geral da União (OGU), no valor de R$ 74 milhões para a realização de obras de encostas na capital, o seu governo letárgico não repassou o que foi pactuado.
Por isso, o prefeito João Campos cobriu parte do que deveria ser o investimento federal com fontes próprias recifenses.
A gestão municipal aportou R$ 40 milhões em intervenções como essas.
Uma atitude que mostra bem a diferença entre gestores compromissados e os que vivem de espetáculo, como Bolsonaro.
Uma pena, mas é a cara de Bolsonaro fugir dos problemas quando o momento é grave e pede responsabilidade, trabalho e ação concreta, como fazemos sempre que calamidades atingem o povo pernambucano. ‘Bolsonaro está fazendo a sua parte’, diz Anderson Ferreira Danilo Cabral: ‘Bolsonaro usa tragédia como palanque’, afirma