Em um memorando de junho de 2021, enviado à CBTU, o gerente operacional de Material Rodante do Metrô do Recife, Rafael Teixeira, informa ao governo Federal que o uso de peças de trens imobilizados tem salvado as operações da estatal federal em Pernambuco.

Exclusivo: Metrô do Recife aponta alto risco de colapso em alerta à CBTU Metrô do Recife não pode aumentar viagens de trem por falta de energia confiável Exclusivo: População se vinga do Metrô do Recife jogando lixo nas vias Exclusivo: Metrô do Recife roda com trens comprados há 38 anos “Caso haja a proibição destra prática (canibalismo), sem a disponibilização de peças e equipamentos novos, resultará em paralisação de nosso sistema em curo espaço de tempo”, escreveu. “A otimização de peças dos trens imobilizados em trens operacionais vem garantindo a continuidade do sistema há anos” A estatal justifica a prática com a argumentação de que os trens parados não tem previsão de retorno, sem orçamento que banque a recuperação.

O Metrô do Recife, no mesmo documento, afirma que não aceita que a ação seja chamada internamente de canibalismo, uma prática que é vedada na administração pública. “Não há que se falar em canibalismo pois o bem publico neste caso é a frota mínima”, interpreta. “O reaproveitamento de peças de de uma TUE (Trem Unidade Elétrica) para manter a frota mínima é claramente otimização de recursos… mantemos serviço de qualidade com pouquíssimos recursos”, tenta justificar.

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BNDES segue estudando modelo de estadualização do Metrô do Recife Em outro documento oficial, de janeiro de 2021, a estatal admite que há uma degradação crítica, quando solicita a aquisição urgente de 156 rodas e admite que a situação só se sustenta porque ocorre o reaproveitamento de peças de trens imobilizados.

A vida útil de uma roda seria de 15 anos, mas, atualmente, com a degradação do Metrô do Recife, não passaria de 5 anos.

Os 25 trens mais antigos foram comprados em março de 1985.

Os 15 mais recentes, em 2013, a uma empresa espanhola.

Nos documentos oficiais, as áreas internas calcularam o montante de R$ 1,4 bilhão.

Deste total, R$ 651 milhões precisariam ser investidos até o final de 2023.

Outros R$ 829 milhões em ações de longo prazo.