A 11ª rodada da pesquisa presidencial Genial/Quaest, a mais longa série de sondagem eleitoral com entrevistas presenciais, mostra que 18% dos eleitores de Bolsonaro nas eleições passadas pretendem votar em Lula, neste ano.
Lula tem muito a perder e pouco a ganhar ao falar sobre aborto, aponta pesquisa eleitoral Pesquisa Genial/Quaest. 45% reprovam perdão a deputado Daniel Silveira, condenado pelo STF; 30% aprovam Pesquisa eleitoral PoderData mostra que Bolsonaro parou de crescer De acordo com os realizadores da pesquisa, o radicalismo pode ser uma das explicações. “O afastamento dos moderados explica por que caiu o número de eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018 que defendem a reeleição.
Eram 63% em abril e são 58% hoje”, explicam.
Ataques à democracia Uma das explicações para a situação pode ser a reiterada aposta de Bolsonaro na radicalização. “Os embates do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interromperam a tendência de crescimento da sua candidatura”.
Pesquisa eleitoral Genial/Quaest de maio: Lula pode vencer Bolsonaro no primeiro turno Bolsonaro avança no Nordeste e Lula cresce no Sul; jogo vira em três regiões Pesquisa Genial/Quaest: confrontos com STF e TSE interrompem tendência de crescimento de Bolsonaro Lula tem muito a perder e pouco a ganhar ao falar sobre aborto, aponta pesquisa eleitoral Conforme o levantamento, a maior parte dos eleitores reprovou o perdão presidencial ao deputado Daniel Silveira, condenado por ameaças aos ministros do STF, enquanto caiu a porcentagem dos que desconfiam das urnas eletrônicas.
As intenções de voto em Bolsonaro vinham subindo desde fevereiro.
Ainda de acordo com o levantamento, quando perguntados se o perdão ao deputado Daniel Silveira mudou a possibilidade de voto no presidente, 12% responderam que diminui e 45% que confirmou a intenção de não votar pela reeleição. “A graça presidencial ao deputado Silveira engajou os setores radicais da campanha, mas afastou o eleitor moderado que vinha se aproximando do presidente”.
Nunes demonstra o argumento com a divisão sobre a rejeição ao perdão entre os eleitores que gostariam que nem-Bolsonaro-nem-Lula vencessem a disputa. “Como os eleitores de Bolsonaro e Lula já estão definidos, é a faixa dos Nem-Um-Nem-Outro que vai decidir a eleição.
Entre esses eleitores, 54% reprovam a ação do presidente, contra 17% que aprovam”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.
Confiança nas urnas O levantamento mostrou ainda que a faixa de brasileiros que desconfia das urnas eletrônicas caiu de 29% para 22% desde setembro do ano passado, quando foram organizados protestos pedindo o voto impresso.
A pesquisa também indica que o voto já está cristalizado para 63% dos eleitores.
Em 2018, este grau de decisão só aconteceu em setembro.
Em outra pergunta, os entrevistados puderam dizer quem gostariam que vença a eleição: 45% preferem Lula e 29% optam por Bolsonaro.
Para 58% dos brasileiros, o atual presidente não merece um segundo mandato, enquanto 44 % acham que Lula não merece voltar ao Palácio do Planalto.
Economia A economia também vem influenciando diretamente na eleição.
Ela é o principal problema do país, na avaliação de 50% dos entrevistados.
Para 62%, a situação econômica piorou no último ano.
Porém, 52% têm expectativa de melhora.
Em relação à pandemia, os eleitores acreditam que Bolsonaro mais errou do que acertou, embora 71% considerem positivo o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS).
Regiões Lula ganha em quatro regiões do país: Nordeste (62% a 20%), Sudeste (43% a 29%), Norte (40% a 35%) e Sul (36% a 34%), neste último caso dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Na Região Centro-Oeste, Bolsonaro está com 48% contra 32% de Lula.
Entre as mulheres, o ex-presidente fica com 51% dos votos, contra 22% do atual presidente.
Na simulação do segundo turno, Lula chega a 54% contra 34% de Bolsonaro.
Bolsonaro declarou que entregará o comando do governo em uma situação melhor do que recebeu em 2019 - EVARISTO SA/AFP Resumo Lula segue liderando com 46% das intenções de voto Bolsonaro fica com 21% e para de subir depois de três meses 45% reprovam perdão a deputado condenado pelo STF; 30% aprovam Desconfiança em relação às urnas eletrônicas cai para 22%.
Eleitores avaliam que presidente erra ao propor enfrentamento institucional, pôr em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas e ao perdoar deputado condenado pelo Supremo.
Metodologia A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.000 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 5 e 8 de maio em entrevistas nas casas dos eleitores em 27 Estados.
Desde julho de 2021, a Genial/Quaest realiza pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais. É a mais longa série de sondagens feitas presencialmente no país.
Até novembro de 2022, serão 24 rodadas de pesquisa nacional, cada uma delas implicando em duas mil coletas domiciliares face a face, realizadas nas 27 unidades da federação, abrangendo 123 municípios.
O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.