Por Rodrigo Ambrosio, associado do Livres.

O sistema democrático requer a participação pública, e os partidos políticos são os principais atores nas democracias modernas.

Mas a incapacidade do nosso sistema partidário em canalizar as mais diversas aspirações contribui significativamente para o desengajamento eleitoral deste modelo político tradicional.

Quando vemos Eduardo da Fonte filiar Clarissa Tércio e Júnior Tércio ao Partido Progressista, ou a entrada de bolsonaristas ao PL que, pelo nome, deveria seguir algum princípio liberal, notamos como o sistema político transforma a articulação de grupos ideológicos e propostas partidárias em cenários sem sentido.

Isso se deve ao fato da maioria dos partidos se comportarem como siglas de aluguel ou partidos de uma pessoa só, sem representatividade e baseados em ‘pseudo-estatutos’, onde tudo é feito pelo cálculo eleitoral e pela matemática que servir para atender aos interesses dos caciques partidários.

Enquanto as principais democracias do mundo trabalham por uma ampla inclusão no jogo político que represente o máximo de interesses sociais, o Brasil caminha em direção oposta, pela falta de liberdade de participação no jogo democrático.

O fenômeno dos “conservadores progressistas” de Pernambuco é só mais um sinal de como a coisa está feia e que chegou a hora de mudar.

Não é uma campanha que incentive jovens a tirar título de eleitor, com apelo de empresas e artistas, que abordaremos a crescente ausência de participação popular nas eleições.

Para avançar, é vital enfrentar as dificuldades para corrigir as aberrações que existem em nosso sistema democrático. É preciso encontrar um equilíbrio entre o respeito partidário para com suas próprias propostas e a construção de estratégias de crescimento e expansão.