A vereadora do Recife Dani Portela (PSOL) criticou a “penalização” dos trabalhadores da saúde estadual que tiveram as férias suspendas.

A parlamentar culpou o “governo do PSB” que “não avançou nem um pouco nas medidas sanitárias para a prevenção da Ômicron”.

Segundo Dani, que foi candidata a governadora em 2018, é “um absurdo que no final das contas quem paga sempre é a classe trabalhadora”.

Por avanço da ômicron, Estado suspende férias e licenças de servidores da Secretaria de Saúde Alepe suspende trabalho presencial e retomará votação remota Sobre protocolos e prioridades Por Dani PortelaVereadora do Recife e advogada popular Estamos vivendo um período de alta aceleração no contágio pela variante Ômicron da Covid-19.

De acordo com o último sequenciamento divulgado pelo Governo de Pernambuco, 98% dos casos positivos registrados no estado são desta variante, cuja maior característica é uma disseminação ainda mais rápida.

Encerramos a última quinzena de janeiro com mais de 30 mil casos confirmados.

Somente nesta sexta-feira (28), foram registrados mais 5.708 casos de Covid-19.

Com os novos registros, a média móvel de confirmações diárias de casos chegou a 3.522, o maior índice registrado em toda a pandemia.

Nesta mesma sexta-feira, o Governo do Estado publicou uma portaria suspendendo as férias dos profissionais de saúde pelos próximos 60 dias.

E neste contexto estamos chegando a um período muito delicado: a volta às aulas depois das férias escolares e o Carnaval.

Sabemos que o aumento da circulação de pessoas, em um período em que o público infantil está iniciando a vacinação, pode acelerar o contágio, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde.

Com os profissionais de saúde esgotados, após dois anos de trabalho intenso, está pronta a receita para um caos anunciado.

As UTIs, hoje, já apontam 80% de ocupação dos seus leitos.

Estamos a um passo do colapso.

Acompanhei com atenção a coletiva concedida pelo governo do estado na última quinta-feira (27), onde foi anunciada apenas a manutenção das atuais medidas restritivas por mais 15 dias, com autorização para a realização de eventos fechados reunindo até 3 mil pessoas.

Não posso deixar de registrar minha indignação com essa decisão.

Ao mesmo tempo que beneficia os grandes empresários do entretenimento, o governo do PSB segue fechando os olhos para toda a cadeia produtiva ampliada que historicamente sobrevive dos ganhos da folia de Momo.

Catadores de recicláveis, ambulantes, aderecistas, técnicos de som e uma quantidade enorme de outros profissionais foi ignorada no programa de auxílio apresentado pelo governo, com um montante de R$6.362 milhões a serem distribuídos para 750 artistas, utilizando os mesmos critérios do ano passado. É pouco.

Muito pouco.

Na prática, teremos um carnaval para poucos, aqueles que podem pagar por “todos os protocolos”.

Protocolos esses que nós sabemos não funcionar.

Compreendo que a cadeia do entretenimento foi a primeira a fechar as suas portas e a última a voltar.

No entanto, é um contrassenso manter as liberações em um momento onde não está sendo possível, sequer, testar as pessoas com facilidade.

Vimos o aumento exponencial de casos após as festividades do Réveillon.

Agora que o cenário é mais grave, vamos esperar a tragédia ficar ainda maior?

A manutenção das autorizações para grandes eventos retrata o compromisso do PSB com o empresariado e seu total descompromisso com muitas outras pessoas que também fazem o nosso estado.