E qual o problema do presidente Bolsonaro, de acordo com a mais recente pesquisa Ipespe?
O sociólogo Antônio Lavareda conta que, de acordo com o levantamento nacional do instituto, o presidente perdeu cerca de 15 milhões de eleitores. “E o volume das defecções é uma variável decisiva para um imcumbente”. “Votaram nele, em 2018, 34%, arredondados, sobre o total do eleitorado no primeiro turno e hoje ele marca 10 pontos menos.
Retomar o máximo possível desse contingente é o seu desafio.
Onde isso ocorreu?
Não foi no Nordeste, frequentemente apontado como o seu calcanhar.
Não é essa região a responsável pelo declínio.
Nela, ele tem hoje os mesmos percentuais que o sufragaram no primeiro turno (TSE), perto de 19% dos votos totais.
Da mesma forma, não houve redução expressiva do seu apoio entre os mais pobres de todo o Brasil.
No segmento de renda inferior a dois salários mínimos ele atinge hoje, praticamente, seu patamar de três anos atrás”, afirma. “Onde está o problema?
Os eleitores que o presidente perdeu possuem renda nas faixas de 2-5 SM e +5 Salário Mínimo.
Residem sobretudo no Sudeste.
E os frustrados são na grande maioria homens.
Entre as mulheres, onde seu apoio sempre foi reduzido, a perda foi relativamente menor”.
Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), responsável pela pesquisa. - Divulgação