“Cheguei ao meu apartamento e o porteiro me informou: Romero, eles passaram aí mais uma vez, gritando e dizendo que o senhor pode esperar que vão lhe pegar”.
O deputado estadual Romero Albuquerque disse que espera é o que tem feito desde que, em setembro, foi ameaçado por carroceiros. À época, o parlamentar entrou com o pedido de proteção parlamentar à Secretaria de Defesa Social, mas, quase quatro meses e diversos ofícios depois, teve a medida protetiva negada.
O relato acima, ele afirma ter ouvido do funcionário do prédio onde mora com a família, no início desta semana. “Nos reunimos com a Secretaria de Defesa Social, recebemos orientações para enviar o máximo de informações para colaborar com a investigação, encaminhei áudios exclusivos, e, de acordo com a SDS, não é possível opinar sobre a concessão de medida protetiva”, reclama. “Provavelmente, porque eu estou vivo”, diz, em tom de ironia.
O inquérito tramita na 2ª Circuncisão Policial, na Boa Vista.
Segundo documento encaminhado pelo Núcleo de Segurança e Proteção de Autoridades à Câmara Municipal do Recife, em resposta à solicitação em favor da vereadora Andreza Romero, também alvo das ameaças do grupo de carroceiros, até o momento, por “não haver registro de nenhuma tentativa de atentado contra a integridade física dos mesmos”, não há necessidade de proteção. “A minha família foi ameaçada.
Minha esposa está grávida e eu decidi poupá-la de outras graves ameaças que recebemos, mas a secretaria sempre esteve ciente.
No entanto, o secretário Humberto concluiu que, por se tratarem de ameaças indiretas, não há o que ser feito.
Se algo nos acontecer, é importante que todos saibam que o Estado prevaricou”, afirma o deputado.
O deputado diz que, até hoje, ele é quem tem cuidado da própria segurança e aponta “inação do órgão” após reuniões em que foram entrevistados por agentes da Polícia Civil. “É preciso, então, que haja um atentado, que sejamos baleados ou esfaqueados para obter a segurança do Estado?
Se nós, que somos parlamentares, tivemos essa dificuldade, imagine um cidadão comum?”, questionou.