Depois de tentar polarizar com Bolsonaro, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) fustigou, nesta sexta, o ex-presidente Lula.
O nome do adversário petista veio à baila como alternativa para fugir ao debate proposto por um grupo de advogados, batizado de Prerrogativas, de São Paulo, todos críticos dos métodos da operação de Curitiba.
A proposta foi colocada pelo advogado Augusto de Arruda Botelho, nos seguintes termos. “Oi, Sergio - @SF_Moro - seguinte: conversei aqui com o grupo Prerrogativas (é grupo, não clube!) e gostaríamos de te convidar para um debate sobre a Lava Jato, reforma da justiça e combate à corrupção.
Podemos escolher em conjunto a plataforma, regras e mediador(a)”. “Vejo que o clube dos advogados pela impunidade quer debater.
Desculpem, mas este é um clube do qual não quero participar.
Mas debato com o chefe de vocês, o Lula, a qualquer hora, sobre o mensalão e o petrolão”, afirmou o ex-magistrado. “Ou seja, você fugiu do debate.
Nós, por outro lado (e não temos chefe), debatemos com qualquer pessoa: com seu ex - chefe, o Bolsonaro, com seu chefe na Alvarez & Marsal (quem era seu chefe lá, por sinal?), com seus comparsas no MPF…
Sergio, só não vale consultar o Telegram”, reagiu depois Arruda Botelho.
Na Veja, Moro diz que eleger Bolsonaro ou Lula ‘é suicídio’ Lula tem 44%, Bolsonaro 24%, e Moro e Ciro estão empatados, diz Ipespe Mais cedo, um dos líderes do grupo prerrogativas havia usado as redes sociais para chamar Moro para um debate sobre a Lava Jato.
A proposta do debate foi feita pelo coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que havia criticado a proposta do pré-candidato a presidente Sergio Moro (Podemos) de fazer mudanças no Judiciário.
As ideias foram defendidas em evento no Recife, ainda no ano passado.
No Recife, Moro promete levantar discussão sobre papel da Justiça no Brasil nas eleições de 2022 “Causa espécie, perplexidade, espanto e risos.
Justo ele, que a pretexto de combater a corrupção, corrompeu o sistema de Justiça”.
O ex-ministro montou um grupo de especialistas na área jurídica, que devem formular uma proposta para seu programa de governo.
Na quarta (12), Moro encontrou-se com os professores de direito da FGV (Fundação Getulio Vargas) Luciano Benetti Timm e Joaquim Falcão e com o desembargador aposentado e professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná, Vladimir Passos.
Falcão, que também é membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), é o coordenador da equipe. “A advocacia é a única força entre um cidadão (qualquer cidadão) e um juiz que se preste a formar conluio com a acusação”, deu indireta o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.
Estabilidade de Lula “A oscilação dos números dentro da margem de erro ou a sua repetição desde que Sergio Moro entrou na disputa mostra que o eleitorado está se acostumando a um quadro: Lula lidera com grande vantagem com mais de 40% dos votos; Bolsonaro tem um piso de 20% e nenhum dos terceiros nomes deslanchou.
Em novembro, podia-se argumentar que este era um quadro que poderia sofrer muitas mudanças até as eleições.
Em dezembro, que ainda faltavam dez meses para as eleições.
Bem, agora faltam nove meses e não há nada (repito nada) que aponte que as pesquisas são mudar até abril ou até depois disso.
A estabilidade do quadro só favorece um candidato, Lula da Silva”, escreve o analista Thomas Traumann, na Veja.