Por Terezinha Nunes, em artigo enviado ao blog “É impossível que se consiga fazer qualquer previsão diante de um cenário absolutamente incerto”.

Assim reagiu a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, ao se referir esta segunda-feira à decisão do presidente Bolsonaro de se filiar ao PL, o que pode abalar a aliança entre ela, seu partido, o PSDB, o prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira (PL) e o Cidadania, que não aceita estar no mesmo palanque do atual presidente.

Chegada de Bolsonaro no PL pode atrapalhar vida de Anderson Ferreira e aliança com Raquel Lyra Na verdade, as incertezas não estão abalando apenas os grupos oposicionistas no estado, e não estão restritas ao posicionamento do presidente que tem peso relativo em Pernambuco devido ao seu alto grau de rejeição.

O ambiente é também de incertezas e de nervosismo nas hostes governistas.

Além de ainda não ter definido seu candidato a governador, o PSB enfrenta um grande problema paralelo que também depende de outras definições.

Não só pode enfrentar turbulências caso se concretize a aliança PL/PP em torno de Bolsonaro, tirando o PP da base oficial, como ainda não sabe o que fazer para abrigar em uma única sigla os deputados federais que não vão conseguir formar chapa em seus próprios partidos para disputar a eleição do próximo ano.

Eduardo da Fonte pode abrir dissidência em Pernambuco, caso Bolsonaro entre no PP Estão neste rol os deputados Raul Henry(MDB), Augusto Coutinho(Solidariedade), André de Paula(PSD) e, possivelmente, Silvio Costa Filho(Republicanos) e Sebastião Oliveira (Avante).

Todos eles aguardam que o governador Paulo Câmara entre no circuito para resolver este imbróglio mas, apesar de insistirem com Paulo desde que as coligações acabaram, não têm ainda uma resposta conclusiva.

Na última conversa o governador pediu paciência e acenou que talvez no final deste mês tenha uma definição não só sobre o candidato a governador – encomendou uma grande pesquisa – como sobre a verdadeira ginástica que precisará fazer para colocar pelo menos os três primeiros – Raul, Coutinho e André – em uma mesma sigla.

André pode não precisar disso caso seja candidato ao senado mas se o PSB não tem nem candidato a governador muito menos está disposto a definir-se em relação ao senado agora.

Há por parte desses deputados a impressão de que sendo o ex-prefeito Geraldo Júlio o escolhido será mais fácil resolver a situação porque trata-se do que chamam de “candidato natural”.

Imaginam que qualquer nome novo pode gerar turbulência na base, inclusive dentro do próprio PSB.

Difícil está sendo convencer Geraldo disso.

O prefeito João Campos tem confidenciado a amigos que vem insistindo com o ex-prefeito mas ele se mantém irredutível.

A pelo menos uma grande liderança da base governista ele revelou há poucos dias que já conversou três vezes com Geraldo e não teve sucesso.

A tarefa volta para o governador que, pelo que se sabe, ainda não se dispôs a partir pros “finalmente” com Geraldo, o que aumenta a especulação sobre possíveis dificuldades no relacionamento entre os dois.

Diante de uma incerteza geral, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que esteve por uns dias mais calado, diante da decisão de Raquel e Anderson de formarem um grupo paralelo na oposição, afirmou nesta terça-feira que se mantém na disputa e aconselhou “serenidade” concluindo que muita água ainda pode correr debaixo da ponte.

Na oposição, por exemplo, ou Anderson abraça a candidatura de Bolsonaro e afasta o Cidadania ou vai para o PSC, controlado por seu irmão André Ferreira.

Mas isso o afastaria abertamente do bolsonarismo cujos militantes são minoritários mas conhecidos por fazer muito barulho e estarem espalhados por todos os municípios pernambucanos dispostos a defender o presidente com unhas e dentes.

Uma coisa é certa, até março, quando vence o prazo de troca de partidos, a insônia vai ser a palavra chave entre as principais cabeças governistas e oposicionistas no estado.

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