Antes da suspensão da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou sobre a offshore aberta pela Barão Turismo em 15 de fevereiro, no estado de Wyoming, nos EUA, apontado como paraíso fiscal.

Segundo o senador, a Primarcial e as empresas de Marcos Tolentino transferiram recursos para a Barão Turismo também no mês de fevereiro.

O senador ressaltou ainda que o contrato entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde, para aquisição da Covaxin, foi firmado em 25 de fevereiro. — Tudo indica que a abertura da offshore era para os recursos das empresas do grupo, inclusive da empresa do sr.

Danilo, serem transferidos por essa offshore nos EUA.

A Barão Turismo é a lavadora de dinheiro, e o salto das transferências é no mês de fevereiro, mês da assinatura de contrato — destacou o senador.

Depoente não responde sobre ligação com empresa de turismo Danilo Trento afirmou ter viajado duas vezes para a Índia, mas não informou as datas.

O depoente se recusou a responder sobre o motivo de a Precisa Medicamentos ter pago mais de R$ 5 milhões para a empresa Barão Turismo.

Trento também não respondeu sobre o motivo Rafael Barão, proprietário da agência de turismo, estar presente na viagem.Barão Turismo recebeu valores em favor da Primarcial, confirma depoente Danilo Trento confirmou que a Barão Turismo já recebeu valores em favor da Primarcial Holding e Participações, empresa da qual é sócio. — Serviços prestados a ela [Primarcial], foram pagos por ela [Primarcial] — esclareceu.

Ao ser questionado se a Barão Turismo já repassou valores a terceiros em favor da Primarcial, Precisa ou outras empresas do grupo de Francisco Maximiano, o depoente ficou em silêncio.

Quebra de Sigilo A CPI da Pandemia aprovou requerimentos para quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Danilo Trento e também do irmão dele, Gustavo Trento, que é funcionário da Precisa Medicamentos.

A ideia de votar os pedidos de quebra de sigilo partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), após o reiterado silêncio do depoente.

Danilo Trento, em depoimento na CPi - Senado/divulgação Depoente diz que Precisa nunca falou com Ricardo Barros sobre Covaxin O empresário Danilo Trento afirmou não ter tido nenhum tipo de contato com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), para tratar da inclusão da Índia entre os países cuja aprovação da autoridade sanitária valeria no Brasil.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), demonstrou surpresa com a informação.

Renan afirma que familiares de Trento tiveram sociedade com Tolentino Danilo Trento confirmou conhecer Marcos Tolentino, suposto dono da empresa FIB Bank, há 15 anos.

O depoente não respondeu se já trabalhou para Tolentino ou alguma de suas empresas.

Questionado por Renan Calheiros (MDB-AL) se ele ou algum parente já foram sócios de Tolentino, Trento se recusou a responder.

O relator então afirmou que a tia do depoente, Ana Paula Trento, teve sociedade com Tolentino entre 2019 e 2020.

Segundo Renan, depois da saída de Ana Paula, ingressaram Gustavo Trento e Bruno Trento, irmãos do depoente.

Empresas de Danilo Trento e de Maximiano ficam no mesmo endereço Na retomada da reunião, Danilo Trento resolveu finalmente falar o endereço da empresa Primarcial.

E o relator Renan Calheiros (MDB-AL) constatou que fica no mesmo endereço de outras empresas de Francisco Maximiano, dono da Precisa, na Av.

Brigadeiro Fernandes Lima, no bairro Jardim Paulistano, em São Paulo.

Reunião é suspensa depois de senador sugerir prisão de Trento A reunião da CPI foi suspensa pela segunda vez a pedido de Danilo Trento, que pediu um tempo para conversar reservadamente com os advogados.

A suspensão se deu depois que Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sugeriu a prisão do depoente, que se recusa a fornecer informações simples, como o endereço da empresa onde trabalha. — Peço que já se comece a avaliar a possibilidade de prisão do depoente.

O habeas corpus que protege Vossa Senhoria não lhe permite negar informações básicas — disse Alessandro Vieira.

Depoente não fez apresentação inicial e não prestou compromisso O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), começou os questionamentos, após Danilo Trento recusar o direito a 15 minutos de fala inicial.

O depoente também não prestou o compromisso de dizer a verdade.

Danilo Trento se recusa a responder às primeiras perguntas Já nas primeiras perguntas, Danilo Trento evocou o direito dele de ficar em silêncio para não produzir provas contra si.

Ele informou que é diretor-institucional da Precisa e amigo de Francisco Maximiano, dono da empresa.

Mas se recusou a informar a forma de remuneração.

Para o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o silêncio de Trento sobre essa e outras questões incrimina o depoente.

Danilo Trento alega que não participou da negociação da Covaxin O depoente Danilo Trento alegou, numa série de respostas ao relator Renan Calheiros (MDB-AL), que, como diretor institucional da Precisa Medicamentos, não participou das tratativas da compra da vacina indiana Covaxin.

Negou ter pedido ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que telefonasse ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para acelerar a negociação.

Segundo ele, o preço de US$ 15 estipulado pela fabricante Bharat estava dentro da faixa cobrada de outros clientes, entre US$ 15 e US$ 20.

Depoente silencia sobre ‘arquitetura ideal’ para direcionar licitação O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), leu a íntegra de e-mail atribuído ao investigado Marconny Albernaz de Faria, descrevendo a “arquitetura ideal” para direcionar uma licitação de compra de testes de covid-19.

Trento teria participado da elaboração dessa “arquitetura”. — Como o senhor se sentiu redigindo esse documento?

O senhor acha que está dando uma contribuição? , perguntou Renan.

Danilo Trento recorreu ao direito ao silêncio e não respondeu.

Com informações do Senado