O Conselho Gestor da APA Aldeia-Beberibe encaminhou à Assembleia Legislativa de Pernambuco pedido de instalação de uma audiência pública para que seja discutida, da forma mais ampla possível, a implantação da Escola de Sargentos de Armas (ESA) do Exército Brasileiro no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC), em Abreu e Lima – PE, área que faz parte da Unidade de Conservação.

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O texto salienta que existiriam alternativas locacionais para construção da ESA, em áreas próximas do local pretendido, que garantiriam a proteção da biodiversidade, unindo o desenvolvimento do Estado às políticas de proteção ambiental.

O local foi escolhido em comum acordo pelo Estado e o Exército brasileiro.

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O presidente de Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, disse que “o impacto da devastação da Mata do CIMNC”, resultante da supressão que pode ultrapassar 150 hectares de floresta para a implantação da ESA, produzirá um prejuízo incalculável ao meio ambiente, sobretudo aos rios e nascentes encravados naquela floresta, que inclusive alimentam o Sistema Botafogo, e de forma geral ao bioma Mata Atlântica. “Quanto mais será necessário destruir de florestas para se compreender que a capacidade de suporte ambiental dos ecossistemas na APA Aldeia Beberibe está exaurida?”, disse Tejo.

Segundo Cinthia Lima, da CPRH e membro do CG da APA Aldeia-Beberibe, a iniciativa da instituição se deu pelo fato de, até agora, não ter havido nenhuma discussão com a sociedade sobre o assunto. “Vimos a necessidade de recorrer à Alepe para solicitar uma discussão sobre a proposta da ESA diante das informações veiculadas na mídia sobre o projeto que, se instalado no local indicado - no CIMNC, poderá afetar de forma drástica a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos prestados pela Mata Atlântica nela existente”, diz.

O texto endereçado à ALEPE pelo CG da APA Aldeia-Beberibe lembra que o Conselho não se opõe à criação da ESA, mas assegura a necessidade de se buscar um local alternativo para sua construção de modo a “assegurar a manutenção da diversidade biológica da Mata Atlântica de Pernambuco e a integridade biótica e abiótica desse ecossistema”.