Em participação no Scoop Day, evento online e gratuito organizado pela plataforma para investidores TC, o cientista político e sociólogo Bolívar Lamounier comentou o cenário político atual e para o próximo ano.

Sobre a tensão da proximidade do dia 7 de setembro, Bolívar mencionou que o presidente Bolsonaro é o grande causador da tensão do momento. “Ele precisa da turbulência para estar na mídia e só consegue ficar no foco dizendo absurdos.

Faz parte de uma estratégia bem calculada manter a tensão.

A situação para ele pode piorar se tivermos acontecimentos graves no Dia da Independência do Brasil”.

Quanto às eleições presidenciais em 2022, o cientista aposta que, dependendo das circunstâncias, Bolsonaro não vai para o segundo turno por conta das muitas questões graves sendo enfrentadas, como a pandemia e a crise hídrica.

A entrada dos nomes que concorrerão às eleições, como o ex-presidente Lula e o ministro Sergio Moro, ainda é incerta. “Lula não vai entrar para perder.

Vai pensar duas vezes antes de entrar nessa disputa.

Penso que o Moro perdeu as chances.

A égua passou selada na porta dele e ele não montou.

Gastou seu capital eleitoral capitaneado antes de entrar para a política.

Acho difícil ter um partido que o lance.

Acredito que tenha calculado os riscos antes de aceitar o convite para compor a equipe do Governo”, disse Lamounier.

Segundo o cientista, o que está em jogo para a 2022 é a pacificação político-econômica para que os empresários tenham confiança no país e passem a investir. “Vejo hoje o oposto, o descrédito.

A questão da distribuição da renda anual média no Brasil, pauta antiga do país, está parada, não cresce há muito tempo.

A nossa renda per capita é ¼ do Mississipi, estado mais pobre dos Estados Unidos.

Quem não trabalhar com esses pontos, estará fora do páreo”, afirmou.