Por Renata Abreu, em artigo enviado ao blog A polarização política tem sido o grande problema do sistema político brasileiro.
A dicotomia A x B, Esquerda x Direita, Nós contra Eles, com os dois lados renunciando ao debate político para se atacarem mutuamente com palavras desrespeitosas e ofensivas, representa riscos à nossa democracia.
Há décadas não há mais reflexões, apenas adjetivações.
A corda está esgarçando, e uma hora pode arrebentar.
Especialista diz que reforma eleitoral busca socorrer parlamentares com dificuldades de reeleição em 2022 A tensão que normalmente está presente nas torcidas de futebol passou para a política.
Há uma guerra do falso bem contra o verdadeiro mal, em que um lado se enxerga como salvador da Pátria e defensor da Nação e vê o outro como vilão e golpista, e vice-versa.
Ambos veem o antagonista como inimigo que precisa ser silenciado, considerando justificável quebrar as regras democráticas do país para abater o adversário.
A polarização odeia tudo que não é espelho.
Só favorece líderes populistas, que têm pouco apreço às normas democráticas e às limitações de poder.
E que vem iludindo a massa de brasileiros, que ruma, sem perceber, por caminhos opostos aos desejos das manifestações populares de 2013, mergulhando num radicalismo recheado de elementos de ódio.
Felizmente, polarização tem antídoto. É o voto preferencial!
Vivemos muito tempo sob a liderança de governantes rejeitados pela maioria da população Se quisermos evitar escolhas entre candidatos altamente impopulares e radicais, como Lula e Bolsonaro, o voto ranqueado é o imunizante.
E em dose única!
Nessa modalidade, o eleitor poderá escolher em ordem decrescente até cinco concorrentes a presidente, governador e prefeito.
Será eleito quem obtiver a maioria absoluta das primeiras escolhas do eleitor, não sendo computados os votos em branco ou os nulos, como ocorre atualmente.
Mas, se nenhum candidato atingir a maioria dos votos, descarta-se o menos votado e os votos dados a ele serão transferidos para a escolha seguinte do eleitor.
O procedimento se repete até que algum candidato alcance a maioria absoluta.
E sem a necessidade do segundo turno, tudo é feito num único dia de votação.
O eleitor não terá nenhuma dificuldade em ranquear seus preferidos.
Fotos dos candidatos aparecerão na telinha da urna eletrônica (eleição presidencial de 2018 teve 13 concorrentes), bastando apertar os botões de 1 a 5 de seus preferidos.
O voto preferencial, utilizado em várias partes do mundo, é a modalidade de votação mais moderna, eficaz e menos suscetível às distorções impostas pela polarização.
Além de obrigar as campanhas serem mais propositivas, já que a rejeição conta na eleição, elimina a prática do voto útil (o eleitor não terá seu voto desperdiçado ao optar por seu preferido).
E, ao permitir a transferência de voto entre candidatos similares, aumenta a chance de que a votação produza um vencedor que represente melhor a opinião pública.
Presidente nacional do Podemos e deputada federal por São Paulo, Renata Abreu é a relatora da PEC 125/11, que aprovou o voto preferencial a partir das eleições de 2024.
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