A ABMD (Associação Brasileira de Mídia Digital) pediu ao YouTube que exclua definitivamente de sua plataforma todos os vídeos produzidos a partir da live presidencial desta quinta-feira (29/7), assim como a sua íntegra.

Segundo a associação, o presidente Jair Bolsonaro usou seu canal na plataforma, com apoio inédito e flagrantemente ilegal da TV Brasil/Radiobrás e do aparato de comunicação social da Presidência da República, “para inventar falsas vulnerabilidades das urnas eletrônicas e do processo de apuração e contagem de votos do Brasil”. “Também atacou instituições como o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e seus ministros.” “Usadas como apoio à disseminação de tais ataques que repugnam os democratas e a democracia, redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram, além das plataformas do Google e de aplicativos de mensagens como Whatsapp e Telegram, não só reproduziram as falas inverídicas presidenciais como, dado as características que lhes são próprias, arquivam e seguem (e seguirão) municiando o arsenal de falsidades, ódios e discursos impróprios produzidos pelo presidente e por sua máquina de intervir na cena política de forma desonesta e inapropriada”, diz a ABMD. “Diante disso, e em razão do aprendizado que as democracias eleitorais em todo o mundo — inclusive o Brasil — colhem das sucessivas e contemporâneas intervenções de autocratas, candidatos a ditadores e fascistas que manipulam eleições a partir de fake news”, a associação pede que seu exclua o que foi divulgado. “Também é razoável esperar a punição do canal dentro das regras da empresa, que atua corretamente para evitar a disseminação de mentiras.

ABMD pede ainda ao Google que vete as buscas pelos vídeos falsos, assim como às redes sociais e aplicativos de mensagens para que derrubem a disseminação e circulação das falsas afirmações feitas pelo presidente.” “O processo de coleta e apuração de votos adotado no Brasil é íntegro, moderno e auditável”, segue a associação. “Ele cumpre forte papel na reconstrução democrática desde que a ditadura militar foi derrotada.’ “Deter cargos públicos não é prerrogativa para faltar com a verdade nas redes, nem diferencia um presidente mentiroso de qualquer outro criminoso que usa mentiras para abalar instituições e conturbar processos político-eleitorais.Os veículos de comunicação que nós representamos fazem jornalismo independente e moderno.

O ambiente digital é o ecossistema que habitamos.

Nele, explicamos a conjuntura e levamos aos nossos leitores, telespectadores, ouvintes, assinantes, associados e parceiros, notícias reais e apuração honesta de fatos.

Temos compromisso com a verdade.

Ninguém, pode vir a esse ambiente de mídias digitais para confundir, mentir e dividir ainda mais a sociedade.

Agir rapidamente contra as fake news, será didático para todos — sobretudo para o Brasil e para os brasileiros.

E isso é urgente”, afirma a ABMD.

A nota é assinada por Florestan Fernandes Jr., presidente, Luís Costa Pinto, vice-presidente, e Adriana Delorenzo, secretária-geral da entidade.