Veja abaixo a nota técnica, de Suape, enviada ao blog O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da empresa Suape, tem mantido permanente interlocução com o Ministério da Infraestrutura (Minfra), tanto diretamente com o ministro Tarcísio Freitas, quando o mesmo recebeu em quatro oportunidades o governador Paulo Câmara, quanto por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA) e do Departamento de Transporte Ferroviário do Minfra, sempre em defesa dos interesses de Pernambuco em relação ao projeto da Transnordestina.

Suape, inclusive, passou, desde 2019, a ter assento permanente no grupo de trabalho instalado pelo Minfra para tratar sobre o tema, do qual faziam parte, além do Ministério da Infraestrutura, SNTT, Valec, Sudene, Transnordestina Logística S/A (TLSA), Banco do Nordeste e BNDES.

Foi nesse mesmo fórum que, em setembro de 2019, se anunciou a retomada das obras nos três Estados (Piauí, Pernambuco e Ceará), tendo, posteriormente, sido excluída a frente em Pernambuco com a esdrúxula justificativa de que, ao defender famílias em uma injustificável reintegração de posse na faixa de domínio da malha antiga já excluída do projeto que cruzava a Zona da Mata Sul, a Igreja se opunha ao projeto, posicionamento desmentido pelo arcebispo dom Antônio Fernando Saburido.

O Ramal Suape está previsto muito antes, inclusive, do ramal cearense, esse fruto de uma alteração no projeto original.

Suape sempre incluiu um terminal para a movimentação de minérios na Ilha de Cocaia, conforme consta no Plano Diretor de Suape elaborado em 2010.

Na versão atual do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento – PDZ, foi apresentada por Suape a exclusão da Ilha de Cocaia da Poligonal do Porto Organizado para a implantação de um Terminal de Uso Privado (TUP), que iguala as condições oferecidas por Pecém.

Se o Minfra vier a alterar o traçado, desconfigurando o contrato de concessão em benefício único da CSN, abandonando cerca de R$ 2 bilhões em obras já realizadas, maior parte com recursos públicos, atuará contra o interesse público ao ignorar as inúmeras vantagens competitivas de Suape, que deveria ser, como sempre foi desde a origem do projeto, o porto principal para a conexão do modal ferroviário com o modal hidroviário.

Algumas dessas vantagens são: · Ramal Suape: 531 km de extensão contra 623 km de Pecém: 92 km mais curto (184 km x 20 milhões de toneladas) · Menor emissão de CO2, pela menor distância · Ramal Suape tem 41% das obras já concluídas contra 15% do trecho Missão Velha-Pecém · Menor Capex e menor investimento para conclusão (estimada em R$ 1,4 bilhão a menos) · Aporte de R$ 500 milhões do governo de Pernambuco numa parceria com investidores (20% do investimento para concluir o Ramal Suape (R$ 2,5 bilhões, ou US$ 500 milhões) · Cargas de retorno (combustíveis, gás, contêineres, veículos, etc.) · Canal de acesso com metade da extensão e com 80% de conclusão da dragagem a -20m · Cargas adicionais de exportação (gesso, minério PB e RN, frutas, produção industrial do Agreste) · Terminal de minérios (TUP) viabiliza verticalização da operação · Ramal ferroviário existente até o Terminal de Grãos com capacidade para 20 milhões de toneladas · Localização estratégica regional – plataformas logísticas em Salgueiro e Pesqueira · Complexo Industrial Portuário fundado há 42 anos em plena efervescência de negócios O Governo do Estado, como sempre o fez, independentemente de quem esteve à frente do Executivo, não abrirá mão do Ramal Suape, sendo sua implantação irreversível.

Pernambuco, à exceção de algumas poucas forças políticas, está unido nessa luta com lideranças empresariais, movimentos sociais, entidades classistas e o povo em geral, pois a Transnordestina, a exemplo de Suape, não se trata de projeto de Governo, mas de Estado.