Mais uma vez, os aumentos nos preços do gás de botijão e do gás nas refinarias, promovidos pela gestão da Petrobrás no início deste mês, com base numa política de reajustes baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI), afetam a população brasileira, sobretudo os mais pobres.
Foi o que mostra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, uma prévia da inflação oficial do país, que foi de 0,72% - o maior para o mês desde 2004.
O índice foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As altas nos preços do gás de botijão (3,89%) e do gás encanado (2,79%), ao lado do reajuste nas contas de luz, pressionaram a inflação do grupo Habitação. “Enquanto vigorar a PPI, adotada pela Petrobrás desde o governo de Michel Temer e mantida por Jair Bolsonaro, os combustíveis e o gás de cozinha continuarão a pressionar a inflação e a deteriorar o poder de compra do trabalhador”, alerta a Federação Única dos Trabalhadores (FUP).
Após sucessivos reajustes de janeiro a julho, o gás de cozinha nas refinarias acumula alta de 38%.
O botijão de gás, item essencial na cesta básica da população, já custa mais de R$ 100 em várias regiões do Brasil.
Enquanto isso, o reajuste do salário mínimo foi de apenas 5,26%, e a alta taxa de desemprego atinge 14,8 milhões de pessoas.