Em defesa de Israel Por José Maria Nóbrega – cientista político Defender Israel, além de ser a favor do povo judeu em seu direito a um território nacional, é defender o mundo ocidental.
Israel foi um dos grandes resultados do pós-guerra.
Foi a resposta ao holocausto e ao antissemitismo.
Foi a introdução dos valores mais caros de nosso mundo contemporâneo: liberdade e democracia no Oriente Médio.
Já para o mundo árabe, foi uma ameaça aos seus valores nada afeitos ao Ocidente.
Nas palavras de Henry Kissinger, grande diplomata e ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, “poucos assuntos internacionais têm gerado interesse tão intenso nos Estados Unidos ou demandado tanta atenção de presidentes norte-americanos” (KISSINGER, Henry. 2014.
Ordem Mundial.
Ed.
Objetiva.
Rio de Janeiro.
P. 133).
A questão palestina é grave e requer frieza na análise.
Muitos de meus colegas, de intelectuais de esquerda, de artistas “engajados” e de analistas internacionais de grandes veículos de imprensa tendem a ser contrários ao estado de Israel.
Além de um antissemitismo “velado”, por assim dizer, esses indivíduos colocam em risco o que é de mais valorativo no mundo ocidental: a liberdade.
Já que as suas abordagens levam em conta certo “vitimismo” de povos submetidos ao arbítrio de Israel.
Quando, na realidade, o que de fato acontece está longe dos olhos desses progressistas de plantão.
Para o mundo árabe a simples existência de um estado judeu é vista como humilhação.
Grupos violentos que dominam territórios na Palestina, como o Hezbollah e o Hamas, são adeptos do Jihad que é a “guerra santa” deles e, para nós ocidentais, simplesmente terrorismo.
O Jihad nada mais é do que um dever religioso para pôr fim ao que é em geral denunciado por esses grupos como invasão sionista.
Os aiatolás iranianos, por exemplo, desafiam regularmente a própria existência de Israel.
Não tem meio termo ou diplomacia.
Aqueles que buscaram um equilíbrio de força em tratados de paz internacionais, como o egípcio Anwar al-Sadat e o israelense Yitzhak Rabin, foram assassinados por grupos terroristas ao tentar convergir os interesses políticos, como se tivessem se relacionando dentro de territórios nos quais a maioria absorveu os nossos valores de liberdade e de democracia em bases institucionais seculares no mundo ocidental, como: os parlamentos, os partidos políticos, a oposição, judiciário independente, diplomacia etc.
Ledo engano!
O que prevalece no Oriente-Médio são ditaduras ou pseudodemocracias nas quais não existem eleições livres e limpas e as suas elites políticas não jogam o jogo das regras democráticas já consolidadas no mundo ocidental, sobretudo na Europa e na América do Norte.
Israel é um oásis em um deserto de tirania, violência e terrorismo. É também um ponto estratégico de constrangimento às agressões orientais, que não se limitam apenas a Israel (lembrar do 11 de setembro de 2001 é sempre pedagógico).
O Hamas hoje lidera a faixa de Gaza, estreito territorial estratégico para a segurança de Israel e para às agressões dos jihadistas.
Israel é um verdadeiro estado territorial cercado de inimigos por todos os lados.
O Hamas é um grupo terrorista e é o que, majoritariamente, domina as relações entre os palestinos e Israel: um grupo hegemônico que busca destruir Israel pela confrontação permanente e com a ajuda de países inimigos do Ocidente historicamente.
Esse grupo é totalmente antissemita e antiocidental, ou seja, o seu objetivo não é somente acabar com Israel, mas acabar com toda a nossa tradição liberal e democrata.
Elastecer o seu domínio é ameaçar esses valores e instituições.
Ferramentas ocidentais como o conceito de “equilíbrio de poder” e de tratados de paz não são reconhecidas por grupos de terroristas assassinos (ponto).
Por mais que apareçam “líderes” palestinos dispostos a busca desse equilíbrio formatado em pseudos acordos de paz, tais lideranças não estão sustentadas nos sustentáculos de instituições tais quais conhecemos no Ocidente, como a legitimidade de chefe de estado em democracias.
Não conseguem impor o monopólio da força, até porque nesses territórios não existe Estado de direito.
Enquanto existirem forças como o Hamas e o Hezbollah, não há outra solução para Israel e para o mundo ocidental: força de defesa e de ataque!
Não existe outra saída sustentável para o mundo ocidental a não ser apoiar Israel e se esforçar no máximo que for para garantir a sua integridade e hegemonia naquelas plagas.
E está aí o porquê da minha defesa intransigente ao estado judeu. É a minha defesa intransigente ao futuro dos meus filhos e netos.