A CPI da Pandemia vai chamando atenção nacional, mas em paralelo outra discussão de um dos temas mais polêmicos dos últimos anos continua no Congresso.

Trata-se do debate sobre o projeto de lei que legaliza o cultivo de maconha para produção de medicamentos.

Liberais e conservadores medem forças, em um tema que deveria ser técnico.

Nesta semana que passou os trabalhos da comissão especial da Câmara esteve debate o projeto, com destaque para um pernambucano, em um depoimento histórico.

Na última reunião da comissão especial da PL 399/15, realizada no dia 18, o deputado Daniel Coelho se destacou ao relatar um exemplo familiar para justificar o seu apoio à proposta.

Segundo o parlamentar, a sua esposa, a nutricionista Rebeca Coelho, que está em tratamento contra um câncer, tem utilizado o óleo da cannabis para reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia.

Daniel Coelho dá exemplo pessoal para explicar voto a favor de medicamentos formulados com cannabis Qual o drama?

Atolado com a CPI, o governo estava perdendo força para os progressistas - liberais e de esquerda - que formaram maioria, se unindo a favor do PL.

A aprovação era iminente, aparentemente.

Como a pauta de costumes é um dos pilares do governo federal, os deputados governistas voltaram suas atenções para o tema e promoveram manobras que podem evitar a aprovação da matéria na comissão.

Daniel Coelho, por exemplo, foi sacado da comissão, pelo próprio partido.

Um levantamento do movimento Livres mostra que a votação agora estaria 17 a favor, 15 contra e 3 indefinidos.

Na quarta passada, o diretor executivo do Livres, Magno Karl, falou em nome do Livres em audiência pública proposta pelo presidente da Comissão, Paulo Teixeira (PT), sobre o PL. “Até 13 milhões de brasileiros, com diferentes doenças, podem se beneficiar da maconha medicinal de acordo com a Anvisa.

Os medicamentos feitos com cannabis já são vastamente utilizados nos Estados Unidos para tratar Epilepsia, Esclerose Múltipla e Parkinson”, ressalta Magno.