Em um depoimento sem muitas novidades, o presidente da Anvisa, Barra Torres, concluiu sua fala afirmando que esteve doente e se curou sem usar o polêmico medicamento chamado cloroquina, sem uso comprovado para a doença.
Em resposta ao senador Izalci, antes do fim da audiência, Barra Torres não soube dizer quem manteve ou como teria sido feita a interlocução com o laboratório do Exército para a fabricação de cloroquina.
Barra Torres disse que a Anvisa não tem atuação na prescrição de medicamentos de uso off label (fora da bula), sobre os quais quem deve se manifestar são a Associação Médica Brasileira (AMB) e outras entidades de classe.
A Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Torres afirmou que recebeu o convite da reunião que pediu mudança na bula da cloroquina da Casa Civil.
Ele disse que a compra de vacinas não está condicionada à aprovação das mesmas pela Anvisa.
Para Rogério Carvalho (PT-SE), a Anvisa deveria ter interferido no protocolo que autoriza a cloroquina no combate à covid-19.
Ele criticou a agência por ter retirado de sua documentação os efeitos colaterais da ivermectina A audiência com o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, durou mais de seis horas.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), convocou nova reunião para quarta-feira (12) às 9h30.
Fernando Bezerra Bezerra (MDB-PE), citou portaria de 2019 para argumentar que foi legítima a presença de Nise Yamaguchi em reuniões do comitê de enfrentamento à covid-19, na condição de colaboradora eventual.
Omar Aziz (PSD-AM) não viu problema na presença de Nise Yamaguchi em reuniões no Palácio do Planalto: “O que somos contra é chegar com um decreto e pedir para o presidente da Anvisa botar na bula”.
Telmário Mota (Pros-RR) elogiou Bolsonaro por ter liberado hoje R$ 5,5 bilhões para compra de vacinas.
Apontou o avanço da vacinação e destacou que a média móvel de mortes por covid-19 caiu cerca de 30% nas últimas semanas.
Sputnik V Angelo Coronel (PSD-BA) apelou para que a Anvisa libere a Sputnik V com urgência.
Para ele, a Anvisa fere a lei ao não liberar a vacina, já que milhões de doses já foram aplicadas na Argentina com sucesso, sem qualquer caso grave.
Em mais uma resposta sobre a Sputnik V, desta vez a Rose de Freitas (MDB-ES), Barra Torres reforçou que não cabe à Anvisa fazer a análise laboratorial de imunizantes, mas da documentação apresentada pelo desenvolvedor.
Barra Torres disse que a Sputnik V foi submetida ao mesmo “rigor regulatório” imposto a cinco vacinas já aprovadas no Brasil.
Para ele, 15 pontos da documentação apresentada pelo Instituto Gamaleya precisam de esclarecimento.
Questionado por Otto Alencar (PSD-BA) sobre não aprovação da Sputnik, Barra Torres confirmou que, apesar de explicações sobre o adenovírus replicante pelo Instituto Gamaleya, há 14 itens preocupantes, como toxicidade reprodutiva.
A Eduardo Girão (Podemos-CE), presidente da Anvisa disse que não houve retardo do órgão nem de farmacêuticas na liberação técnica de vacinas AstraZeneca e Coronavac.
Ele também negou que haja lobby de empresas ou políticos.
Rogerio Carvalho (PT-SE) havia dito que México e Argentina já ministraram mais de 6 milhões de doses da Sputnik e que estudos dos ministérios da Saúde desses países atestariam que sua eficácia é maior que a da Pfizer e de outras vacinas.