Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume das vendas do Varejo pernambucano voltou a apresentar crescimento após dois meses de recuos, um resultado que é influenciado por uma base bastante negativa, mas que deve ser comemorado.

As projeções para o ano de 2021 até meados de novembro eram bastantes positivas, visto que as vendas no varejo vinham apresentando recuperação em parte das atividades pesquisas.

Além disso a conjuntura apresentou melhora em relação aos períodos críticos de pandemia, em especial os meses de março e abril, contribuindo para uma expectativa positiva.

O aumento das vendas pode estar sendo influenciado pelos saldos positivos dos empregos formais do início do ano, gerando renda e confiança para parte da população que conseguiu se inserir no mercado de trabalho.

Além disso, o período é marcado por consumo sazonal, como os de papelaria com o retorno das aulas, principalmente as presenciais, em fevereiro e março para parte das escolas públicas e particulares.

De acordo com a entidade, este é o melhor resultado para os meses de fevereiro desde 2010, quando o indicador mês atingiu alta de 3,4%.

Confirmando que o movimento de recuperação pode estar sendo iniciado, mesmo que de maneira modesta, puxado por uma melhora no mercado de trabalho formal.

Além disso, o avanço do plano de vacinação também traz desdobramentos positivos para o consumo, visto que o menor risco de desenvolver infecções mais graves na população idosa faz com que parte das pessoas, idosos e familiares que evitam a exposição, voltem ao consumo presencial e contribua para uma elevação das vendas.

Segundo o Novo Caged foram criadas em Pernambuco 3.140 postos de trabalho formais em janeiro e fevereiro, contribuindo para a criação de renda para as famílias.

Este movimento também puxa a confiança das famílias para cima, fazendo com que o comportamento conservador do consumo apenas de essenciais seja reduzido, beneficiando outras atividades.

Durante os meses críticos de pandemia e fechamento dos setores produtivos os saldos negativos de emprego ultrapassaram a soma de 28 mil vagas.

O retorno da até então normalidade de parte dos serviços, como os educacionais, também contribuiu para uma melhora no varejo de papelaria, mas vale destacar que mesmo assim a variação positiva para o setor não mostrou a tradição de outros anos, com alta acima de dois dígitos, mais uma vez impactado pelo cenário crítico da pandemia no estado, que continua freando o movimento de recuperação dos segmentos.

De acordo com a avaliação da entidade, as medidas restritivas adotadas pelo governo do estado foram iniciadas em março, o que acabou não impactando as vendas de fevereiro.

Nos primeiros quinze dias foram adotadas restrições que atingiram o comércio das 20:00 às 5:00, e nos demais dias a determinação de quarentena com a funcionalidade permitida apenas do comércio essencial.

Apesar do crescimento em fevereiro de 2021, apenas 05 das atividades apresentaram resultado positivo.

As atividades com melhor desempenho no ano passado possuem peso médio na composição geral da taxa, o que acaba não influenciando com tanta força para cima.

As atividades que cresceram em fevereiro comparado com o mesmo período do ano anterior foram: “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (+36,3%), “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (+25,5%), “veículos, motocicletas, partes e peças” (+29,6%), “Material de construção” (+12,8%) e “Livros, jornais, revistas e papelaria” (+6,5%).

O Varejo Ampliado pernambucano, setor que agrega todos os índices do Varejo mais as atividades de “Veículos, motocicletas, partes e peças” e “Material de construção”, também respondeu de maneira forte aos incentivos do consumo gerados pelo governo.

As vendas no indicador mês seguiram o movimento de alta e cresceram 7,7%, apresentando maior intensidade do que o restrito.

Lembrando que a necessidade de continuar em casa diante de uma possibilidade de segunda onda de infecções e de adoção de novas medidas restritivas em casa incentivou as reformas residenciais e os reparos, além disso, as vendas de veículos apresentaram alta, contribuindo para que o crescimento fosse mais intenso que o Varejo Restrito.

Para o mês de março se espera um recuo nas vendas, visto que as medidas restritivas impactam o comportamento das famílias em relação a consumo, assim como dos estabelecimentos diante de desdobramentos negativos que são gerados apões restrições mais firmes.

Além disso, o auxílio emergencial ainda não foi disponibilizado no terceiro mês do ano, impedindo um consumo maior que nos dois primeiros meses do ano.