A Associação dos Trabalhadores da Assistência Social (ATAS), que representa os servidores da Prefeitura da Cidade do Recife, inicia, a partir das 8h30 desta quarta-feira (31), em frente a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), ato em defesa da vida e pela vacinação da categoria.
Fora do Plano Nacional de Vacinação, profissionais que atuam no enfrentamento à Covid-19 pedem inclusão dos trabalhadores no Plano Municipal de vacinação.
Para marcar o primeiro dia de ação dos trabalhadores ligados à Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH), o grupo fará uma doação voluntária de sangue, colocará arte-educadores e faixas de protesto no sinal.
A ideia é mostrar para a sociedade que os profissionais são lembrados para trabalhar no enfrentamento à doença, mas são esquecidos na lista da imunização.
Assim como para mostrar que as equipes estão adoecidas e já dividem vagas nos leitos de covid com a população em geral, ao invés de estarem somando esforços na luta contra o vírus. “Sem critérios de prioridades estabelecidos, sobre os grupos que atuam na linha de frente, o município já vacinou profissionais como esteticistas, veterinários, educadores físicos das academias da cidade que ficaram fechadas, dentistas, psicólogos e demais profissionais de saúde autônomos que não estão, obrigatoriamente, no enfrentamento à doença”, reclamam. “Por outro lado, a cidade está deixando de fora da imunização os servidores que atuam diretamente no combate ao coronavírus, como dos serviços de assistência social, defesa civil, limpeza urbana e guarda municipal, todos considerados serviços essenciais.
Conforme Decreto Municipal no. 33.513/2020, a cidade obriga os servidores da Assistência Social a trabalharem no contexto da pandemia, mas não define vacinação para o grupo de aproximadamente 700 profissionais”.
Segundo a SDSJPDDH, há um diálogo constante com a Secretaria de Saúde sobre a vacinação das equipes da Assistência, especialmente para os profissionais do Serviço Especializado da Abordagem Social (SEAS), Centros Pop e abrigo Irmã Dulce, que têm contato direto com grupos de risco. “No entanto, a pasta responsável pela vacinação diz que não é possível fazer uma etapa do plano municipal desenhado para esse público, com as vacinas vindas do Ministério da Saúde, já que não corresponde ao Plano Nacional.
Essa última alegação foi reforçada pela secretária de Saúde, em uma audiência com o Ministério Público nesta segunda-feira (29).”, afirma a associação dos servidores.
Para os organizadores da ação e demais servidores, “a desculpa dada pelo município não condiz com a verdade”, visto que os municípios têm autonomia para estabelecer suas prioridades no Plano Municipal de Vacinação, a exemplo da cidade de São Paulo que já vacinou os profissionais da Assistência Social. “No Recife, as escolhas pelos grupos prioritários virou uma questão política e não de necessidade.
A secretária de Saúde diz que SP vacinou porque comprou vacinas por fora e por isso vacina quem quer, mas sabemos que em 01 de março, quando a categoria foi vacinada lá, apenas as vacinas do SUS estavam sendo disponibilizadas”, diz o Educador Social da Coordenação de Assessoramento da ATAS, Fagner Valença.