Mais da metade dos brasileiros que vivem na região NORDESTE acredita que as finanças da família só deverão melhorar a partir do ano que vem.

Os que acreditam que essa recuperação acontece ainda em 2020 somam menos de um quarto da população.

As conclusões são da nova pesquisa RADAR FEBRABAN, que a entidade e o IPESPE lançam este mês, com um levantamento inédito, realizado entre 3 mil pessoas maiores de 18 anos em todo o país, na primeira semana de março deste ano. “Durante a pandemia, o papel do setor financeiro transcendeu, em muito, nossas atividades.

Além de 3,5 trilhões de reais que foram concedidos para o crédito, participamos de movimentos solidários que permitiram a milhões de pessoas enfrentarem melhor este momento.

Estamos falando mais com a sociedade porque para melhor atendê-la é preciso ouvi-la cada vez mais”, diz João Borges, diretor de Comunicação da FEBRABAN.

Segundo o RADAR FEBRABAN, 59% dos entrevistados na região NORDESTE acreditam que a situação das finanças da família só deve melhorar no próximo ano.

No Brasil como um todo esse índice é de 54%, demonstrando um pessimismo maior na região.

Os que acreditam na recuperação das finanças familiares ainda este ano na região NORDESTE perfazem 23%, a mesma média nacional.

Ainda na região, 74% pensam que o Brasil não terá recuperação econômica em 2020.

Em relação aos dados nacionais, esse índice atinge 75%.

Os prognósticos sobre desemprego, acesso a crédito, taxa de juros, inflação e poder de compra da população também são predominantemente negativos: 72% acham que o desemprego vai crescer, acima da média da pesquisa nacional (70%).

Outros 79% preveem o aumento da inflação e do custo de vida (80% é a média nacional); 80% dos entrevistados acreditam que a taxa de juros vai aumentar (76%, nacional); e 64% vislumbram a diminuição do poder de compra das pessoas (igual à média nacional). “A crise de saúde provocada pela pandemia atingiu em cheio a economia global, e com especial impacto no Brasil que já vinha tentado se reerguer após sucessivos anos de baixo crescimento.

Grande parte das famílias tem ou teve que conviver por um longo período com perdas financeiras, esvaziamento das reservas, redução salarial, desemprego.

Diante de tantas dificuldades enfrentadas, não é de estranhar o pessimismo quanto à recuperação financeira das pessoas e do país”, avalia o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda presidente do Conselho Científico do IPESPE.

Bancos Os bancos foram bem avaliados pela maior parte dos entrevistados.

A população enxerga uma atuação positiva do setor bancário no tocante ao desenvolvimento econômico, à geração de emprego, à melhoria da qualidade de vida das pessoas e ao combate à pandemia.

Segundo o RADAR FEBRABAN, a confiança da população da região NORDESTE nos bancos em meio à crise e a percepção sobre sua contribuição nas diversas áreas é majoritariamente positiva: 57% afirmaram confiar nas instituições bancárias (igual à média nacional).

Também foram avaliados os níveis de confiança nas empresas 99privadas (48%) e nas fintechs (42%).

Para efeito de comparação, as médias nacionais nesses quesitos foram 51% e 49%, respectivamente.

Entre a população bancarizada da região, as maiores contribuições dos bancos apontadas na pandemia referem-se à economia (51% de contribuição positiva) e ao enfrentamento da crise do coronavírus (47% de contribuição positiva).

Com relação ao atendimento, 67% se dizem satisfeitos, enquanto outros 34% ainda estão insatisfeitos.

O índice de satisfação é menor na região em relação à média nacional (69% satisfeitos e 29% insatisfeitos).

Na região, 66% dos entrevistados se sentem inseguros com relação à proteção de seus dados pessoais na internet, e 61% afirmam tomar cuidado e adotar medidas protetivas.

Os dois índices estão acima da média nacional da pesquisa (62% e 56%, respectivamente).

Outro dado que chama atenção no estudo é a relevância atribuída à responsabilidade social e ambiental das empresas.

Quase nove em cada dez entrevistados entendem que os empresários devem assumir compromisso com essas áreas.

Para 87% dos entrevistados na região, o compromisso socioambiental de uma empresa é muito importante ou importante para a opinião que formam sobre ela, resultado idêntico à média nacional.