Depois de ter pedido para mudar o voto, inicialmente em favor do ex-juiz Sérgio Moro, a ministra Carmem Lúcia votou pela suspeição do ex-magistrado, ex-ministro de Bolsonaro, em ações contra o ex-presidente Lula, na chamada Lava Jato.
Com a reviravolta, o placar ficou em 3 a dois em desfavor de Moro.
Mais cedo, o ministro Kassio Nunes, indicado pelo presidente Bolsonaro, negou a suspeição, alinhando-se ao relator Edson Fachin, conhecido por ser defensor da Lava Jato.
Carmém Lucia alinhou-se agora aos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Ela deixou claro que não levou em caso as revelações da chamada Vaza Jato, que a defesa não incluiu no processo para não haver questionamento.
No seu voto, embora estivesse fora dos autos, Kassio Nunes disse que as considerou no seu voto.
O caso deve ir ao plenário do STF ainda, para nova votação.
No plano local, Marília Arraes foi uma das primeiras a se pronunciar. “O STF declarou a suspeição de Sérgio Moro.
Vitória da Democracia!!
Vitória do Estado Democrático de Direito!!
A história sempre cobra e hoje foi o dia em que o ex-juiz entrou na lata de lixo da história para nunca mais sair. #MoroSuspeito #LulaInocente” Sergio Moro e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República) Entenda o caso A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal retomou na tarde desta terça-feira (23) o julgamento se o ex-juiz Sergio Moro foi parcial ao julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato, no caso do tríplex do Guarujá (SP).
O ministro Nunes Marques tinha pedido há duas semanas vistas (mais tempo para analisar o caso).
O julgamento foi suspenso no último dia 9, com um empate de 2 votos a 2.
Edson Fachin e Carmen Lúcia votaram em dezembro de 2018 contra a suspeição de Moro.
Já Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram há duas semanas a favor da suspeição do então juiz da Lava Jato.
Os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia, que já votaram, haviam indicado que iriam fazer nova manifestação de voto.
O julgamento da suspeição começou em 2018, quando Mendes pediu mais tempo para análise.
A retomada, neste mês de março de 2021, foi motivada pela decisão do ministro Edson Fachin em relação às condenações de Lula.
Fachin anulou duas condenações do ex-presidente pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, responsável pela Operação Lava Jato.
Em decorrência das condenações anuladas, Fachin declarou extintas, por “perda de objeto”, as ações que questionavam a parcialidade de Moro.
Mas a Segunda Turma já havia começado a julgar uma dessas ações, em novembro de 2018.
Na ocasião, após os votos de Fachin e Cármen Lúcia, Gilmar Mendes pediu vista e, desde então, não tinha apresentado o processo novamente para julgamento.
Diante da decisão de Fachin de extinguir os processos que questionam a imparcialidade de Moro, com a qual não concordou, Gilmar Mendes levou o caso para a turma no dia 9 de março, a fim de dar continuidade ao julgamento.