O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Considerado a inflação oficial do país, o IPCA ficou em 0,86% em fevereiro, depois de ter subido 0,25% em janeiro.
A taxa é a maior para o mês desde 2016, quando ficou em 0,9%.
No ano, a alta já acumula 1,11%.
Segundo o IBGE, a principal influência de alta veio da gasolina, que subiu 7,11% no período.
Sozinho, o item foi responsável por 42% da inflação de fevereiro.
Para o advogado e economista Alessandro Azzoni, esse impacto da inflação preocupa, pois atinge diretamente as famílias com menos recursos. “Temos um cenário com inflação alta, preços subindo e muitas pessoas completamente sem renda, vivendo de auxílio emergencial ou de outros benefícios do INSS.
Para essas pessoas, o dinheiro está valendo muito menos, pois o impacto acontece diretamente no consumo dessas famílias.
E são itens básicos, então realmente isso é muito preocupante”, alerta.
Azzoni cita alguns números acumulados no ano passado, quando o óleo de soja subiu 104%, o arroz 76%, o leite longa vida 27%, a carne 18% e o tomate 53%. “São itens presentes na cesta básica do brasileiro, que acabaram puxando muito essa variação da inflação.
Agora, teremos o impacto do IGPM - que ajusta praticamente todos os contratos vinculados, como energia, concessionárias de serviços públicos, contratos de aluguéis.
Como ele já acumula uma alta acima de 20%, provavelmente teremos um risco maior dessa inflação do primeiro trimestre de 2021 ser ainda maior”, alerta o especialista.