O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) pediu desculpas pelo vídeo publicado na terça-feira, que levou à sua prisão. “Eu gostaria de ressaltar que, em momento algum, consegui compreender o momento da raiva que ali me encontrava e peço desculpas a todo o Brasil.

Foi um momento passional e me excedi de fato na fala”, disse.

Ele participa da sessão da Câmara por videoconferência.

O vídeo traz ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal, elogio à ditadura militar e ao Ato Institucional nº5, que reduziu as liberdades individuais e endureceu o regime.

Silveira é investigado no âmbito do inquérito das fake news e foi preso em flagrante por crimes contra a segurança nacional.

A manutenção da prisão será decidida pela Câmara dos Deputados na noite desta sexta-feira. “Assisti ao vídeo três vezes e percebi, com calma e cautela, que minhas palavras foram duras e que há outros modos de expressar minha fala”, disse Silveira.

O deputado disse ainda que a decisão do Plenário da Câmara é maior do que apenas mantê-lo ou não na prisão. “O pano de fundo é maior do que decidir se fico preso ou não.

Se [a decisão do STF] é uma flagrante ilegalidade ou se defendemos a democracia”, disse. “As consequências desta decisão jamais vão se limitar à minha vida”, emendou.

O parlamentar lançou mão da opinião de juristas contrários à prisão por conta da inviolabilidade parlamentar e críticas ao fato de o vídeo ter sido considerado um flagrante de delito.

Ele disse ainda que “em nenhum momento se considera um risco à democracia”.

Segunda defesa do deputado O deputado Daniel Silveira voltou a dizer que se arrependeu das palavras proferidas no vídeo publicado em suas redes sociais na terça-feira que levou à sua prisão por crime contra a segurança nacional. “Ouvindo as falas, percebi que fui grosseiro e impróprio, e peço desculpas ao povo brasileiro por isso”, disse.

O parlamentar voltou a dizer que o seu caso terá repercussões futuras. “A relativização da nossa imunidade poderá trazer consequências catastróficas para todos nós.

A imunidade parlamentar pela fala não pode ser relativizada jamais”, disse.

Silveira disse ainda que nunca defendeu o AI-5. “Defendi que naquele tempo histórico ele se fez necessário politicamente, isso não é defesa para que se volte ditadura, tampouco admiro ou quero um regime ditatorial”, afirmou.

O parlamentar pediu ainda que os deputados se coloquem no seu lugar. “Apelo a todos por emergência da situação e pela imunidade parlamentar pela minha liberdade porque não sou bandido nem sou criminoso”, disse.

Silveira afirmou que não havia necessidade da leitura da transcrição do vídeo pela relatora, deputada Magda Mofatto, durante o voto em que ela opina pela manutenção da prisão do deputado. “Respeito a relatora mas discordo de ter trazido [as falas] à baila neste momento para colocar alguma raiva”, disse.

O vídeo traz ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal, elogio ao regime militar e ao Ato Institucional nº 5.

Silveira é investigado no âmbito do inquérito das fake News e foi preso em flagrante por crimes contra a segurança nacional.

Ele já foi denunciado ao STF pelo procurador-geral da República e também sofre processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Silveira afirmou que foi tomado por emoção por ter se indignado às críticas feitas pelo ministro Edson Fachin ao general Villas Boas. “O ser humano é falho e vamos de zero a cem em poucos minutos”, disse.