A ombudsman do jornal Folha de S.Paulo, Flavia Lima, avaliou que o apresentador de TV e possível candidato a Presidência, Luciano Huck, “mantém posição confortável na grande imprensa“.
Ela criticou o tratamento dispensado pela Folha e por outros veículos a Huck.
A análise foi publicada no jornal neste domingo (14.fev.2021).
O ombudsman é um profissional do próprio jornal escolhido para receber críticas e sugestões do público.
Também faz reflexões sobre as ações da empresa.
Flavia Lima ocupa esse cargo no jornal desde maio de 2019.
Ela é repórter de economia.
Formou-se em ciências sociais pela USP e em direito pelo Mackenzie.
No texto deste domingo, Lima escreve que Huck é “agraciado com espaços para escrever sobre tópicos de sua escolha“.
Cita como exemplo um artigo do apresentador na edição impressa da Folha que teve mais de meia página.
Também menciona o espaço que ele recebe do jornal O Estado de S.
Paulo.
Contudo, diz que Huck não dá entrevista.
Dessa forma, não tem suas ideias “confrontadas”.
A ombudsman afirma que “a depender da Folha” Huck “não será incomodado“.
Para ela, o apresentador tem “uma posição pouco comum entre políticos ou aspirantes“.
O secretário de Redação do jornal, Vinicius Mota, diz que o espaço dado a Huck não compromete o compromisso do veículo.
Ele afirma que a Folha tem a prática de publicar opiniões de presidenciáveis “de todo o espectro político-ideológico“.
Segundo Mota, isso “nunca comprometeu nem comprometerá o compromisso de praticar jornalismo investigativo e crítico”.
Flavia Lima, no entanto, discorda: “Não parece jornalisticamente razoável que a Folha se sinta satisfeita em replicar o diz que diz em torno do apresentador”.
Afirma que a ação do jornal mantém Huck “a salvo do escrutínio”.
Diz também que o jornal oferece ao presidenciável “espaços distantes de algo considerado investigativo ou crítico”.