O Governo de Pernambuco, através da Secretaria Estadual de Saúde, abriu uma licitação para comprar até R$ 186 milhões em medicamentos para abastecer a rede estadual de saúde do Estado.
A compra está sendo feita por um pregão eletrônico.
As empresas interessadas terão até 24 de fevereiro para apresentar as propostas.
A aquisição está sendo feita por sistema registro de preços, no qual o Governo compra de acordo com as necessidades os preços que ficam estabelecidos na licitação.
São recorrentes as reclamações da população, inclusive na Rádio Jornal, sobre a suposta falta de medicamentos na rede estadual de saúde.
Em junho de 2019, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) enviou um “alerta” sobre a suposta falta de medicamentos na Farmácia Central do Estado.
Na época, o Governo do Estado disse que iria resolver o problema renegociando com os laboratórios fornecedores.
Em julho de 2020, o Jornal do Commercio publicou matéria, relatando que a falta de medicamentos persistia durante a pandemia.
LEIA O PUBLICADO NO JC EM JULHO DE 2020: Pessoas que têm doenças crônicas e que precisam de medicamentos de uso contínuo estão tendo dificuldade de conseguir alguns remédios fornecidos pela Farmácia de Pernambuco, que fica no bairro da Boa Vista, na área Central do Recife. É o caso de medicamentos utilizados para pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que estão há quase dois meses sem ser fornecidos, além de um remédio para pessoas com transtornos mentais, a Olanzapina.
A mãe da dona de casa Maria das Graças Barbosa, de 52 anos, tem DPOC e precisa utilizar diariamente os medicamentos Spiriva (Brometo de Tiotrópio) e Indacaterol, mas há dois meses não está conseguindo ter acesso ao tratamento. “É um remédio caríssimo para mim, que ganho um salário mínimo.
Só hoje, eu já liguei mais de 20 vezes para a farmácia, mas ninguém me atende.
Quando a gente consegue falar, eles dizem que está em falta e que não tem previsão para chegar”, diz a mulher.
Maria das Graças, inclusive, fez uma denúncia sobre o caso no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e aguarda um retorno do órgão.
Segundo ela, os remédios, juntos, custam cerca de R$ 500.
Sem o fornecimento do fármaco, Maria das Graças acabou reduzindo a dosagem que a mãe, que tem 79 anos, toma. “Eu cheguei a falar com o médico que passou os dois remédios para ela, para ver se tinha como substituir os remédios, mas ele disse que infelizmente era a única alternativa para o caso dela”, disse.
Ela explica que, no caso do Indacaterol, a dose prescrita para a mãe dela é de 150 mg, mas na Farmácia de Pernambuco a única apresentação disponível é 300 mg.
Esta não é a primeira vez que ocorre a falta dos medicamentos.
Desde de fevereiro, quando a mãe de Maria das Graças começou o tratamento, já houve uma falta. “Passou um tempo sem vir, mas depois voltou.
A gente se sente desprezado pelo poder público”, acrescenta.
Há cerca de um mês, a Farmácia de Pernambuco também apresenta falta do medicamento Olanzapina, utilizado por pacientes com transtornos mentais, como a esquizofrenia.
Sobre a falta dos remédios, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), responsável pela farmácia, afirma que as duas apresentações do Indacaterol estão disponíveis, mas confirma a falta da Olanzapina e do Spiriva.