Por Diego Lagedo, em artigo enviado ao blog Apesar de ainda ter a maior bancada no Congresso Nacional, com 53 deputados, o PT perdeu o protagonismo que tinha na política nacional.
No momento, os maiores embates políticos do país giram em torno do presidente Jair Bolsonaro, do Centrão, de Rodrigo Maia, de João Dória e de alguns partidos de esquerda como PDT, PSOL, PSB e REDE.
Porém, o PT está alheio à sucessão da presidência da Câmara e do Senado, além de não ter conseguido fazer uma oposição efetiva ao Governo.
A última movimentação significativa do PT no cenário nacional foi o “Lula Livre”.
Após isso, o enfraquecimento do PT na política ficou evidente pela sua ausência quase completa nos jornais e programas de debate.
Declarações de petistas como Gleisi Hoffmann e o próprio Lula, cada vez mais raras, não influenciam em nada no debate político.
Apesar de ter disputado o segundo turno com Bolsonaro, o PT passou a carecer da confiança dos próprios militantes de esquerda e isso tem um motivo.
Em um momento de ascensão, qualquer movimento político pode seguir o ímpeto de ignorar os seus defeitos e partir para o ataque contra os seus adversários.
Porém, quando esse movimento chega ao poder e permanece por algum tempo, as autocríticas servem para que se supere os problemas internos e o movimento possa voltar aos trilhos.
O PT se recusou a fazer essa autocrítica e transformou seus erros em política de Governo, institucionalizando a corrupção e defendendo Lula a todo custo, em uma estratégia suicida.
No momento em que o líder máximo do partido foi preso por corrupção, o PT ficou desnorteado e até agora não soube o que fazer.
Apesar de Lula ainda ter prestígio entre os esquerdistas, não está mais em condições físicas e políticas de liderar a esquerda.
Como na política o poder não fica vago por muito tempo e a fraqueza não é perdoada pelos aliados, outros partidos de esquerda passaram a formar um bloco e excluir o PT.
A história do PT é um bom exemplo de como uma força política ascende ao poder e, após anos de desgaste, cai no esquecimento.
Isso serve de alerta também para a direita, que ascendeu ao poder recentemente e deve corrigir seus defeitos em vez de tentar defendê-los ou enfatizá-los. É uma questão básica de estratégia.
Diego Lagedo é historiador, pós-graduado em Gestão Pública e graduando em Direito.
Foi consultor da UNESCO e é fundador do site Pernambuco em Pauta.